Protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro tomaram conta das ruas de Caracas e outras cidades no entorno da capital venezuelana na noite de segunda-feira. Pelo menos 30 manifestações foram registradas. Em sua conta no Twitter, a ONG Programa Venezuelano de Educação e Ação em Direitos Humanos postou fotografias em que aparecem veículos e tanques da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) em Caracas. As imagens mostram pessoas correndo e uso de coquetéis molotov por agentes do Estado. Há, ainda, registros de manifestantes ateando fogo em automóveis e contêineres na rua.
Os protestos ocorrem às vésperas da chamada "jornada antichavismo" convocada pelos opositores de Maduro. O presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, conclamou os venezuelanos a saírem às ruas e pressionarem Maduro a deixar o poder, prometendo anistia a servidores civis e militares.
"Os protestos a Oeste de Caracas demonstraram que não há trincheiras para pular. Aqui, todos ficamos no mesmo curral: sem luz, sem água, sem remédios, sem gás e com um futuro incerto. Estamos todos submersos nesta crise, menos o usurpador", afirmou Guaidó na sua conta pessoal no Twitter.
Ontem, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, manifestou apoio à decisão de Guaidó, de declarar Maduro como um "usurpador" da presidência e reivindicar para o órgão legislativo a prerrogativa sobre o estabelecimento de um governo de transição. Eleita com maioria oposicionista, a Assembleia Nacional foi esvaziada de seus poderes pelo governo de Maduro em 2017 com a criação de uma Assembleia Constituinte, formada apenas por partidários do regime.
Em vídeo publicado em sua conta no Twitter, o nº 2 da Casa Branca afirma que Maduro é "um ditador sem qualquer direito legítimo ao poder". "Ele nunca ganhou a presidência em uma eleição livre e justa, e manteve o seu poder ao aprisionar qualquer pessoa que ousasse se opor a ele", acrescentou Pence.
Aludindo às manifestações contra o regime chavista convocadas nacionalmente por Guaidó para hoje - data que, em 1958, marcou o fim da ditadura comandada pelo general Marcos Pérez Jiménez no país -, Pence expressou o "apoio resoluto" dos EUA enquanto o povo da Venezuela "levanta a sua voz em um chamado à liberdade".
"Estamos com vocês", diz o vice-presidente, em espanhol. E promete: "Continuaremos com vocês até a democracia ser restaurada e vocês retomarem o seu direito de nascimento à liberdade".