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Violência

- Publicada em 18 de Dezembro de 2018 às 01:00

Número de jornalistas mortos em 2018 chega a 53

A violência contra jornalistas está em alta em diferentes países. Só neste ano, pelo menos 53 profissionais foram mortos, segundo dados coletados pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), organização internacional de defesa da liberdade de imprensa.
A violência contra jornalistas está em alta em diferentes países. Só neste ano, pelo menos 53 profissionais foram mortos, segundo dados coletados pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), organização internacional de defesa da liberdade de imprensa.
O saldo parcial, visto que ainda faltam duas semanas para 2018 acabar, já supera a média anual de 49,4 mortes. No total, 1.333 jornalistas foram mortos desde 1992, ano de início da série histórica do CPJ. O ano mais sangrento foi 2009, quando morreram 76 repórteres.
A morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado de seu país em Istambul, em outubro, gerou indignação global em 2018, chamando a atenção para os ataques contra a imprensa ao redor do mundo. Khashoggi recebeu o título de Pessoa do Ano da revista norte-americana Time, junto a repórteres investigativos sob ameaça em outros países.
O Brasil registou duas mortes neste ano: Jairo Sousa, funcionário da Rádio Pérola, de Bragança (PA), assassinado em junho, e Jefferson Pureza Lopes, da Rádio Beira Rio, de Edealina (GO), morto em janeiro.

Os países onde mais morreram jornalistas

1º Afeganistão
Com 13 mortes, o Afeganistão registrou o maior número de assassinatos desde 1996, quando o grupo islâmico Talibã tomou o poder - a facção foi deposta em 2001, após invasão liderada pelos Estados Unidos. Nove repórteres foram mortos em um único ataque em Cabul em 30 de abril - eles cobriam um atentado anterior quando um homem-bomba do Estado Islâmico, disfarçado de jornalista, se misturou ao grupo e se explodiu.
2º Síria
Com nove mortes, a Síria permanece sendo um dos países mais perigosos para jornalistas. Desde o início da guerra civil, em 2011, ao menos 126 profissionais de imprensa foram mortos.
3º Índia
A Índia, democracia mais populosa do mundo, teve o ano mais sangrento para jornalistas em duas décadas, com cinco mortos. Nos últimos anos, autoridades locais e grupos nacionalistas radicais intensificaram as ameaças contra jornalistas.
4º Estados Unidos
Os Estados Unidos entraram no ranking da violência contra jornalistas neste ano por conta de um único episódio. Em 29 de junho, um atirador invadiu a sede do jornal Capital Gazette, em Annapolis, no estado de Maryland, e matou a tiros quatro jornalistas e uma assistente comercial. O autor do atentado havia perdido uma ação judicial movida contra a publicação por causa de um artigo sobre um processo de assédio contra ele.
4º México
Também com quatro mortes, o México é um dos países com maior impunidade por ataques contra jornalistas. Muitos repórteres mexicanos se tornam alvos de ataques por revelarem histórias a respeito de narcotraficantes e autoridades locais.
 

Arábia Saudita rejeita resolução dos EUA sobre caso Khashoggi

A Arábia Saudita rejeitou ontem a resolução do Senado dos Estados Unidos que culpa o príncipe da monarquia saudita, Mohammed bin Salman, pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. A medida havia sido aprovada na semana passada com unanimidade entre republicanos e democratas, contrariando o presidente Donald Trump.
"O reino categoricamente rejeita quaisquer interferências nos seus assuntos internos, todas e quaisquer acusações, de qualquer maneira, que sejam desrespeitosas à sua liderança, e qualquer tentativa de abalar a sua soberania ou diminuir a sua estatura", afirmou o país árabe. Na declaração, o regime saudita "reafirma" o seu compromisso com as relações com os Estados Unidos e descreve o Senado norte-americano como "uma estimada parte legislativa aliada e amigável ao governo".
Na semana passada, senadores dos EUA aprovaram também o fim da participação dos norte-americanos na guerra do Iêmen, conflito liderado pela Arábia Saudita em coalizão com outros países da região. Secretários do governo de Trump se pronunciaram contra a medida e tentarão barrá-la na Câmara.

Repressão à imprensa agrava crise política na Nicarágua

A polícia da Nicarágua reprimiu uma manifestação de jornalistas que protestavam contra a invasão de redações de veículos de imprensa críticos ao presidente Daniel Ortega, em um recrudescimento da tensão política no país, que, entre abril e junho, viu protestos em massa serem reprimidos com violência. A oposição convocou para quinta-feira uma greve geral.
"Convocamos todos os setores empresariais, comerciais e a cidadania em geral a cruzar os braços no dia 20 para exigir a queda do regime", disse a Unidade Nacional Azul e Branca (Unab), em nota. A coalizão foi formada em outubro por movimentos estudantis, partidos políticos, empresários e movimentos sociais críticos ao presidente, ex-líder da Revolução Sandinista, no poder desde 2007.
As manifestações contra Ortega e a primeira-dama e vice-presidente, Rosario Murillo, começaram depois de o governo tentar implementar uma impopular reforma no sistema de previdência social. Ao menos 325 pessoas morreram na repressão aos protestos.
A tensão no país voltou a aumentar na quinta-feira passada, quando a polícia invadiu e confiscou as sedes das revistas Confidencial e Niú, dirigidas pelo jornalista Carlos Fernando Chamorro com base em uma decisão tomada pelo Parlamento que vinculou esses veículos à ONG Cinco, que teve o registro jurídico anulado. Na Nicarágua, assim como na Venezuela, o Legislativo e o Judiciário são controlados por partidários do governo. Chamorro é filho da ex-presidente Violeta Chamorro (1990-1997), uma histórica opositora dos sandinistas. Ele foi diretor da Cinco, mas nega que seus negócios jornalísticos tenham vínculo com a ONG.
No sábado, junto com outros jornalistas que trabalham no grupo de comunicação, ele organizou uma pequena manifestação diante da sede da polícia nicaraguense para denunciar o confisco. Guardas da tropa de choque deixaram o prédio para reprimir o ato, e pelo menos sete jornalistas foram agredidos aos gritos de "golpistas".