Paul Manafort, o ex-chefe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mentiu para o FBI e para o conselho que investiga a interferência russa na eleição presidencial norte-americana de 2016 mesmo após ter firmado um acordo de delação premiada em setembro, de acordo com o conselheiro especial Robert Mueller, que comanda a apuração sobre o caso. Para ele, Manafort violou o acordo de delação premiada, considerado um ativo-chave na investigação.
Em um documento de três páginas, o escritório de Mueller alega que o ex-chefe de campanha, que se declarou culpado de conspirar contra os EUA e obstruir a Justiça, aceitou em cooperar com a investigação sobre a interferência russa, mas mentiu repetidamente aos investigadores. "Depois de assinar o acordo judicial, Manafort cometeu crimes federais mentindo para o FBI e para o Escritório do Conselho Especial sobre diversos assuntos, o que constitui violação do acordo", diz o documento.
O relatório aponta que a equipe de Mueller faria uma apresentação detalhada que descreveria "os crimes e as mentiras" de Manafort em uma data posterior. O documento registra, ainda, que o acusado "acredita ter fornecido informações verdadeiras e não concorda com a caracterização do governo ou que violou o acordo de delação premiada".