Um funcionário do Senado francês foi detido pelos serviços de inteligência sob suspeita de ser um espião do regime da Coreia do Norte. O nome do suspeito não foi divulgado oficialmente, mas jornais franceses o identificaram como Benoit Quennedey, que trabalha no Departamento de Arquitetura, Patrimônio e Jardins do Senado - órgão encarregado da gestão administrativa e financeira da casa.
Quennedey estudou na Escola Nacional de Administração, conhecida por formar a maior parte da elite política francesa, incluindo o atual presidente, Emmanuel Macron, e seu antecessor, François Hollande. Ele também é desde 2005 o presidente da Associação de Amizade Franco-Coreana. No cargo, viajou diversas vezes a Pyongyang e até escreveu um livro sobre o país, La Corée du Nord, cette inconnue (A Coreia do Norte, esta desconhecida).
Ele é suspeito de ter reunido e repassado para o regime de Kim Jong-un informações que poderiam ameaçar os interesses franceses. De acordo com a agência de notícias Associated Press, ele foi detido na noite de domingo e colocado sob prisão preventiva na sede da agência de inteligência da França, a DGSI, responsável pela investigação que começou em março a pedido da promotoria de Paris.
Os dois países não mantêm oficialmente relações diplomáticas, mas a França possui um escritório de cooperação na Coreia do Norte. Nenhum dos governos se pronunciou sobre o caso.