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Internacional

- Publicada em 20 de Novembro de 2018 às 01:00

Governo uruguaio pretende dar asilo a Alan García

García afirma que sofre perseguição política do governo Vizcarra

García afirma que sofre perseguição política do governo Vizcarra


/LUKA GONZALES/AFP/JC
Com base na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, assinada pelos membros da Organização de Estados Americanos (OEA), o Uruguai pretende dar asilo político ao ex-presidente peruano Alan García (1985-1990 e 2006-2011), acusado de corrupção no caso Odebrecht. Segundo García, desde que Martín Vizcarra assumiu, após a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, em março deste ano, "um novo tipo de política se instaurou no país, com base no confronto e no cerceamento da ação dos outros poderes do Estado".
Com base na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, assinada pelos membros da Organização de Estados Americanos (OEA), o Uruguai pretende dar asilo político ao ex-presidente peruano Alan García (1985-1990 e 2006-2011), acusado de corrupção no caso Odebrecht. Segundo García, desde que Martín Vizcarra assumiu, após a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, em março deste ano, "um novo tipo de política se instaurou no país, com base no confronto e no cerceamento da ação dos outros poderes do Estado".
Inicialmente, o chanceler do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, disse ao jornal local El País que o pedido seria aceito, já que o artigo 1º da convenção afirma que todo Estado tem direito, em exercício de sua soberania, de admitir em seu território as pessoas que julgar convenientes, sem que outro país possa fazer qualquer exigência.
Pouco depois, no entanto, a chancelaria uruguaia emitiu comunicado dizendo que o governo "avaliará a situação para adotar a decisão que soberanamente considere adequada para as circunstâncias". A diplomacia uruguaia também informou que entrou em contato imediatamente com a chancelaria peruana, como especificado em outro artigo da convenção.
Segundo o vice-chanceler peruano, Hugo de Zela, Vizcarra conversou no domingo por telefone com o presidente uruguaio, Tabaré Vásquez. "Durante a conversa, disse ao colega que no Peru não há perseguição política", declarou De Zela. O diplomata acrescentou que Vizcarra se comprometeu a enviar ao presidente Vázquez "informações sobre o processo judicial" que García enfrenta no Peru, e não um "argumento" contra o pedido de asilo.
Em comunicado, o Ministério de Relações Exteriores do Peru informou que o embaixador uruguaio em Lima, Carlos Alejandro Barros, enviou uma mensagem ao governo local para comunicar que García foi até sua casa na noite de sábado para solicitar o asilo político. O ex-presidente decidiu pedir asilo ao Uruguai depois de ser proibido de deixar o Peru por 18 meses enquanto é investigado por corrupção dentro do escândalo da Odebrecht. Segundo García, seu pedido se deve ao clima "de perseguição política" que vive seu país, impulsionado pelo desejo do governo Vizcarra de "aprisionar as instituições".
Em carta enviada a Vázquez e divulgada nas redes sociais do Partido Aprista Peruano (PAP), de García, o ex-presidente narrou sua visão sobre o que acontece no Peru e rejeitou as acusações de corrupção contra ele vinculadas à empresa Odebrecht. "Hoje, mais uma vez, na minha pátria, as leis e procedimentos se desnaturalizam e são manipulados por interesses políticos como instrumentos de perseguição (...) No meu país, há uma guerra por aprisionar as instituições, e a Promotoria criou um clima de falta de defesa jurídica, no qual nem a verdade nem a ausência de provas valem contra o desejo de usar o procedimento investigatório, extremando abusivamente suas atribuições ilícitas", disse o ex-presidente.
 
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