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Estados Unidos

- Publicada em 08 de Novembro de 2018 às 01:00

Republicanos perdem maioria na Câmara, mas controlam Senado

O Partido Republicano, do presidente Donald Trump, conseguiu manter a maioria no Senado após as eleições legislativas realizadas na terça-feira nos Estados Unidos. A sigla, porém, perdeu o controle da Câmara dos Representantes, onde os democratas ganharam pelo menos 24 cadeiras.
O Partido Republicano, do presidente Donald Trump, conseguiu manter a maioria no Senado após as eleições legislativas realizadas na terça-feira nos Estados Unidos. A sigla, porém, perdeu o controle da Câmara dos Representantes, onde os democratas ganharam pelo menos 24 cadeiras.
O resultado confirma a tendência de eleições anteriores de meio de mandato presidencial em que o partido da oposição recupera a maioria das cadeiras da Câmara. Ontem, com poucas cadeiras ainda sem definição, os democratas haviam ganhado 27 lugares na casa, segundo o The New York Times - eles precisavam de 23 para retomar o controle. O placar era de 221 contra 196 republicanos. Todos os 435 assentos estavam em jogo.
No Senado, os republicanos já ultrapassaram as 50 vagas necessárias para definir a maioria. Ontem à tarde, eles já contavam com 51 das 100 cadeiras - 35 postos estavam em jogo nesta eleição. Os democratas precisavam obter duas novas cadeiras para conseguir maioria, mas não tiveram sucesso.
Os republicanos venceram em algumas das disputas mais acirradas, como na Flórida, no Texas e no Missouri, nas quais triunfaram Rick Scott, Ted Cruz e Josh Hawley, respectivamente. Um Senado alinhado com a Casa Branca pode, por exemplo, alçar um terceiro juiz indicado por Trump à Suprema Corte, caso haja alguma aposentadoria. Os senadores já aprovaram os conservadores Neil Gorsuch, em abril de 2017, e Brett Kavanaugh, em outubro deste ano.
Já na Câmara, espera-se que os democratas bloqueiem parte de medidas controversas de Trump e realizem mais investigações contra o governo do republicano, aumentando a polarização entre os Poderes Executivo e Legislativo. O partido também pode dar início a um processo de impeachment contra o presidente.
Mais de 50 deputados não tentaram a reeleição nem disputaram um cargo mais alto na Casa, o maior número desde 1992. Entre os que saem da política, 37 são republicanos que se aposentam, ápice desde 1930. Um dos principais nomes do partido a deixar a casa será o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, de 48 anos.

Votação tem recorde de mulheres eleitas para a Câmara dos Representantes

Aos 29 anos, Alexandria Ocasio-Cortez é a mulher mais jovem a ir para o Congresso

Aos 29 anos, Alexandria Ocasio-Cortez é a mulher mais jovem a ir para o Congresso


RICK LOOMIS/GETTY IMAGES/AFP/JC
As eleições terminaram com um recorde. A projeção é de que pelo menos 100 mulheres ocuparão assentos na Câmara dos Representantes - o que ainda significaria menos de 25% do total de 435 disponíveis. Ontem, já havia 92 eleitas. O resultado é um marco, considerando que elas nunca tiveram mais do que 84 cadeiras na Casa.
Várias mulheres quebraram barreiras nas eleições. A disputa já havia sinalizado uma distância entre os partidos: do lado democrata, 43% dos candidatos eram mulheres, ante 13% no espectro republicano. Em Nova Iorque, Alexandria Ocasio-Cortez recebeu 78% dos votos em seu distrito e com 29 anos torna-se a mulher mais jovem a ir para o Congresso. Rashida Tlaib, em Michigan, e Ilhan Omar, em Minnesota, serão as primeiras muçulmanas a ocupar um assento congressional.
Sharice Davids e Deb Haaland serão as primeiras indígenas no Congresso - pelo Kansas e pelo Novo México, respectivamente. Já o Texas enviou as primeiras hispânicas do estado a Washington: Veronica Escobar e Sylvia Garcia.

Trump demite secretário de Justiça um dia após eleição

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu ontem o secretário de Justiça, Jeff Sessions, que comandava o departamento responsável pela investigação da interferência russa na eleição de 2016. Trump já tinha ameaçado diversas vezes demitir o secretário, a quem criticava por não ter interrompido a investigação contra ele. Até ontem, porém, aliados do presidente tinham impedido que a saída acontecesse.
A demissão aconteceu um dia após as eleições para o Congresso nas quais os democratas conquistaram a maioria da Câmara dos Deputados e os republicanos ampliaram o controle do Senado. Uma das razões para o presidente mantê-lo no governo era o temor de uma reação no Senado, que precisa aprovar o substituto. O resultado do pleito facilita a troca.