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Eleições

- Publicada em 29 de Outubro de 2018 às 01:00

Imprensa internacional destaca vitória de Bolsonaro

A imprensa internacional destacou ontem a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) para a presidência da República. O principal jornal norte-americano, o The New York Times, afirmou que o Brasil é o mais recente país a se encaminhar para a extrema direita, elegendo um populista como presidente "na mais radical mudança política desde que a democracia foi restaurada há mais de 30 anos". "O novo presidente, Jair Bolsonaro, exaltou a ditadura militar do País, defendeu a tortura e ameaçou destruir, prender ou mandar para o exílio seus oponentes políticos", diz o texto.
A imprensa internacional destacou ontem a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) para a presidência da República. O principal jornal norte-americano, o The New York Times, afirmou que o Brasil é o mais recente país a se encaminhar para a extrema direita, elegendo um populista como presidente "na mais radical mudança política desde que a democracia foi restaurada há mais de 30 anos". "O novo presidente, Jair Bolsonaro, exaltou a ditadura militar do País, defendeu a tortura e ameaçou destruir, prender ou mandar para o exílio seus oponentes políticos", diz o texto.
O inglês The Guardian escreveu em sua manchete na versão on-line a vitória do candidato do PSL. "Um populista de extrema-direita, pró-armas, pró-tortura foi eleito como o próximo presidente do Brasil após uma eleição dramática e profundamente dividida que deve mudar radicalmente o futuro da quarta maior democracia do mundo", afirma a reportagem. Segundo o veículo, Bolsonaro construiu sua campanha com os lemas de combate à corrupção, ao crime e a uma suposta ameaça comunista.
O francês Le Monde, também em sua manchete, ressaltou que o presidente eleito promete "mudar o destino do País". O jornal ainda destaca que Fernando Haddad, o candidato do PT derrotado no segundo turno, pediu que "seus 45 milhões de eleitores sejam respeitados".
O espanhol El País destacou a ascensão da extrema-direita no Brasil. Segundo a reportagem, o ultradireitista Bolsonaro, "nostálgico da ditadura", ganhou de forma contundente a eleição. "Ambos (Bolsonaro e Haddad) se enfrentaram em uma campanha marcada pela tensão, pelo triunfo da desinformação nas redes sociais, e, sobretudo, pelas atitudes antidemocráticas de Bolsonaro", diz o jornal espanhol.
O argentino El Clarín destacou que a campanha de Bolsonaro se baseou nas denúncias contra a corrupção de governos petistas e contra a insegurança pública. Citando o discurso de Bolsonaro após a confirmação de sua vitória, o jornal destacou que o presidente eleito se comprometeu a "seguir a Constituição, a democracia e a liberdade", citou a Bíblia e disse que fará reformas para transformar o País em uma nação "grande, livre e próspera".

Presidente do Chile é o primeiro a ligar; Trump também telefona para o eleito

Em um canal oficial, o centro-direitista chileno Sebastián Piñera deu os parabéns ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). "Parabenizo o povo brasileiro por uma eleição limpa e democrática. Parabenizo Jair Bolsonaro por sua grande vitória eleitoral. Convido-o a visitar o Chile e tenho certeza de que trabalharemos com vontade, força e visão de futuro em prol do bem-estar dos nossos povos e da integração." O chileno foi um dos primeiros a dar apoio ao capitão reformado, junto com o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez.
No dia 8, ele elogiou o plano econômico do presidente eleito: "Os sinais que está dando no sentido de promover sua abertura, reduzir o déficit fiscal, o tamanho do setor público com privatizações são coisas que um país como o Brasil, que é um gigante, precisa."
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também ligou para parabenizar Bolsonaro. "Vamos ser grandes parceiros", disse Trump. Bolsonaro relatou a conversa em um vídeo no Facebook.

Analistas veem risco à democracia, mas também uma oportunidade

Um retrocesso, ameaça aos direitos dos cidadãos e à democracia, um risco à educação, ao ambiente e ao pluralismo. Mas também um basta a um sistema carcomido e uma resposta à corrupção da elite política e à recessão.
É assim que especialistas estrangeiros que acompanham a política brasileira veem a eleição de Jair Bolsonaro: um cenário cheio de riscos e de novidade.
"Não acho que, subitamente, (Bolsonaro) criará um Brasil autoritário", diz Ian Bremmer, da consultoria de risco político Eurasia, acrescentando que as instituições brasileiras são fortes.
Scott Mainwaring, da escola de política de Harvard, é mais cauteloso e projeta "sérios abusos de direitos humanos, mas ele (Bolsonaro) abriria um processo de construção de Estado, tornando-o mais efetivo, o que é essencial para o desenvolvimento".
Riordan Roett, da Universidade Johns Hopkins, vê na eleição uma resposta à corrupção e outros problemas do Brasil.