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Internacional

- Publicada em 23 de Outubro de 2018 às 01:00

Imprensa turca liga príncipe saudita a assassinato de jornalista

Jamal Khashoggi desapareceu em 2 de outubro após entrar no consulado

Jamal Khashoggi desapareceu em 2 de outubro após entrar no consulado


TIMOTHY A. CLARY / AFP/JC
Aliados do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, rejeitaram ontem a explicação oficial da Arábia Saudita para a morte do jornalista Jamal Khashoggi, no mesmo dia em que a imprensa turca apontou que um dos acusados pela ação teria ligado para o príncipe herdeiro saudita no dia do crime. Segundo o jornal Yeni Safak, o homem apontado como o líder da equipe saudita de 15 agentes enviados a Istambul para matar o jornalista fez três ligações para o gabinete do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman após o assassinato.

Aliados do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, rejeitaram ontem a explicação oficial da Arábia Saudita para a morte do jornalista Jamal Khashoggi, no mesmo dia em que a imprensa turca apontou que um dos acusados pela ação teria ligado para o príncipe herdeiro saudita no dia do crime. Segundo o jornal Yeni Safak, o homem apontado como o líder da equipe saudita de 15 agentes enviados a Istambul para matar o jornalista fez três ligações para o gabinete do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman após o assassinato.

O homem citado é Maher Abdulaziz Mutreb, membro da guarda do príncipe herdeiro, e que pode ser visto nas imagens das câmeras de segurança, ao chegar ao consulado saudita e depois na residência do cônsul no dia do desaparecimento de Khashoggi - o governo saudita diz que o príncipe não sabia da ação. O jornalista, crítico de Riade e colunista do jornal norte-americano The Washington Post, desapareceu no dia 2 de outubro ao entrar no consulado saudita em Istambul para conseguir documentos para se casar.

Também ontem, a rede de TV CNN revelou que imagens das câmeras de segurança do consulado mostram um homem deixando o local usando as roupas de Khashoggi. Segundo a emissora, trata-se de um dos responsáveis pelo assassinato, que acabou servindo como "dublê de corpo" para simular que ele ainda estava vivo.

Na sexta-feira, o governo saudita confirmou que Khashoggi foi morto no consulado, mas disse que isso ocorreu em decorrência de uma briga entre ele e uma equipe de agentes. Já no domingo, o ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, deu uma nova versão, afirmando que o jornalista tinha sido vítima de uma "operação clandestina".

Em entrevista coletiva em Ancara ontem, o porta-voz do partido de Erdogan, Omer Celik, afirmou que "estamos diante de uma situação que foi selvagemente planejada e de uma mobilização de esforços consequentes para tentar dissimular esse assassinato".

Outro aliado do presidente turco, Yasin Aktay, que também era amigo de Khashoggi, disse que a explicação saudita não faz sentido. "É impossível não se perguntar como pode ter havido uma 'troca de socos' entre 15 combatentes jovens especializados... e Khashoggi, de 60 anos, sozinho e impotente", escreveu ele também no Yeni Safak.

No jornal Hurriyet, o colunista Abdulkadir Selvi, próximo de Erdogan, afirmou que, após entrar no consulado, Khashoggi foi imediatamente levado para o escritório do cônsul, onde foi estrangulado pelos agentes sauditas. "Tudo demorou entre sete e oito minutos", afirma. O corpo foi cortado em 15 pedaços por um médico legista integrante da equipe e, de acordo com o colunista, foi retirado do consulado e levado para um local desconhecido. "Se o príncipe herdeiro não prestar contas e não for afastado de seu cargo, então não poderemos encerrar este caso", afirmou ele.

Erdogan fará um discurso hoje no qual prometeu revelar os detalhes da investigação sobre o caso. Além do governo turco, diversos outros países também criticaram a versão saudita e pediram mais explicações sobre o caso.

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