Há duas semanas, a governadora de Roraima, Suely Campos, foi à Venezuela e fechou um acordo para ajudar o presidente Nicolás Maduro na repatriação de refugiados. O pacto é parte do programa Volta à Pátria, feito pelo chavismo para melhorar a imagem do governo. Em Boa Vista, porém, muitos que aderiram ao programa dizem que usarão a viagem para rever a família e depois voltar ao Brasil.
Richard Cardoso, de 24 anos, chegou há um ano ao Brasil. Veio em busca de melhores condições de vida e deixou a mulher grávida. Em Roraima, trabalha vendendo e descarregando melancias na Feira do Produtor, a R$ 20,00 por dia.
A renda nunca foi suficiente para se sustentar nem para visitar a família. Agora, vai aproveitar o programa para ver a filha que nasceu e visitar os parentes. Depois, pretende voltar, arranjar um emprego melhor e, quem sabe, até trazer a família. "Vou conhecer a minha filha, depois eu volto", afirmou.
A situação na fronteira continua tensa. Todos os dias, mais de 800 venezuelanos entram em Roraima, que, segundo a Polícia Federal, já recebeu mais de 72 mil pedidos de refúgio.