A Síria realizou neste domingo (16) as primeiras eleições municipais desde 2011, quando teve início a guerra civil. Mais de 40 mil candidatos concorrem a 18.478 cargos em diversas províncias, segundo o Ministério de Administração. Áreas dominadas por grupos de oposição e refugiados, contudo, foram excluídas das votações.
Antes do início dos conflitos, cerca de 3 milhões de pessoas, de um total de 22 milhões de habitantes, viviam em terras controladas por insurgentes, concentradas na província de Idlib, no Norte, e regiões próximas. Além delas, cerca de 5,6 milhões de refugiados não estão participando das eleições.
A adesão dos eleitores foi modesta na capital Damasco, com a baixa expectativa de renovação nas administrações municipais. A probabilidade de que candidatos do atual grupo do governo, Baath, fiquem com a maior parte dos cargos é grande. Em 2014, foram realizadas eleições presidenciais, mas em áreas limitadas sob controle do presidente Bashar al-Assad.
A guerra travada por Assad contra forças de oposição e o grupo Estado Islâmico já custou ao país mais de US$ 300 bilhões, de acordo com um estudo recente da Organização das Nações Unidas (ONU). Mais de 400 mil pessoas foram mortas no conflito.
Algumas partes do país permanecem fora do controle do governo, como a região sob domínio dos curdos, no Norte, que conta com o apoio dos Estados Unidos e tem entre sua população árabes e grupos minoritários. O território é governado por seu próprio conselho, que se recusou a permitir a realização de eleições organizadas por Damasco. Grupos de direitos humanos, contudo, têm criticado a administração local curda por contar com um único partido.