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Internacional

- Publicada em 11 de Setembro de 2018 às 01:00

Crise é criada para justificar golpe militar, diz chanceler

Petróleo coloca o país nos objetivos dos 'grandes interesses capitalistas', disse Arreaza

Petróleo coloca o país nos objetivos dos 'grandes interesses capitalistas', disse Arreaza


FABRICE COFFRINI/AFP/JC
O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, denunciou ontem, na Organização das Nações Unidas (ONU), a ameaça de uma intervenção militar em seu país, e alertou que a crise econômica está sendo "manipulada" e "promovida" para justificar um "golpe militar". No fim de semana, o jornal The New York Times revelou que funcionários da administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teriam se reunido com militares venezuelanos rebeldes sobre um golpe contra o líder Nicolás Maduro. O governo chavista considerou a situação "inaceitável e injustificável", e convocou hoje uma manifestação "contra o imperialismo".

O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, denunciou ontem, na Organização das Nações Unidas (ONU), a ameaça de uma intervenção militar em seu país, e alertou que a crise econômica está sendo "manipulada" e "promovida" para justificar um "golpe militar". No fim de semana, o jornal The New York Times revelou que funcionários da administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teriam se reunido com militares venezuelanos rebeldes sobre um golpe contra o líder Nicolás Maduro. O governo chavista considerou a situação "inaceitável e injustificável", e convocou hoje uma manifestação "contra o imperialismo".

Em seu discurso no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, o chanceler venezuelano insistiu que há um "interesse" da comunidade internacional em usar o tema de direitos humanos com o objetivo de intervir e "disseminar uma crise para promover uma intervenção multilateral". Arreaza se reuniu ontem com a chefe de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, após anos de clima de tensão entre a entidade e o governo Maduro.

Há pelo menos quatro anos, Caracas impede a entrada de representantes de direitos humanos da ONU no país. O último encontro entre um alto representante da entidade e um ministro de Maduro aconteceu em 2014. "Denunciamos essas medidas e pedimos, em nome do povo, o fim da agressão política, econômica, ameaça militar e agressão midiática", disse o chanceler.

Citando o relatório de um aliado nas Nações Unidas, Arreaza insistiu que a Venezuela não vive uma crise humanitária. "Existe uma crise econômica como resultado das sanções de EUA e Europa que agravam a situação." Em sua avaliação, é o embargo promovido pelos norte-americanos e europeus que acarreta a falta de remédios e alimentos - e poderia ser considerado um crime contra a humanidade.

Na avaliação do chanceler, as sanções têm como meta "forçar uma mudança de regime, inclusive com um golpe militar por parte do governo Trump". "Há um golpe militar sendo preparado para perturbar nossa democracia", denunciou. "Talvez tenhamos muito petróleo e isso nos coloque nos objetivos dos grandes interesses capitalistas."

Ao discursar, Arreaza apontou, ainda, como o tema de direitos humanos se tornou uma "arma" nessa estratégia. Mesmo as ofertas de ajuda humanitária ao país são consideradas manipulações para ele. "É um grande cinismo. Eles promovem bloqueios contra a Venezuela e depois oferecem ajuda humanitária. Nos enforcam e depois querem ser nossos salvadores", ironizou.

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