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Internacional

- Publicada em 02 de Agosto de 2018 às 01:00

Forças Armadas intervêm contra protestos após eleições no Zimbábue

Manifestantes rasgam outdoor com propaganda do candidato Emmerson Mnangagwa

Manifestantes rasgam outdoor com propaganda do candidato Emmerson Mnangagwa


LUIS TATO/AFP/JC
Pelo menos uma pessoa foi morta ontem em Harare, capital do Zimbábue, após as Forças Armadas dispersarem manifestantes da oposição que acusam o partido governista de manipular os resultados das eleições presidenciais e parlamentares de segunda-feira. Houve tiroteios pelas ruas enquanto as tropas, apoiadas por veículos blindados e um helicóptero militar, atuavam.
Pelo menos uma pessoa foi morta ontem em Harare, capital do Zimbábue, após as Forças Armadas dispersarem manifestantes da oposição que acusam o partido governista de manipular os resultados das eleições presidenciais e parlamentares de segunda-feira. Houve tiroteios pelas ruas enquanto as tropas, apoiadas por veículos blindados e um helicóptero militar, atuavam.
Os protestos começaram depois que dados oficiais indicaram que o partido do presidente Emmerson Mnangagwa, o Zanu-PF, havia conquistado maioria parlamentar. Mnangagwa e o opositor Nelson Chamisa foram os principais candidatos na eleição, a primeira desde que Robert Mugabe foi forçado a renunciar, em novembro, após quase 40 anos no poder.
Os militares foram chamados a pedido da polícia, que afirmou não ter condições de lidar com a escalada de violência, informou a porta-voz policial Charity Charamba. Os manifestantes bloquearam ruas próximas ao hotel onde está sendo feita a contagem de votos e jogaram pedras nos soldados e nos policiais, que responderam usando canhões de água.
Os resultados parciais divulgados pela Comissão Eleitoral mostram que o Zanu-PF conquistou 144 das 210 cadeiras na Câmara, o suficiente para poder mudar a Constituição. O MDC - partido de Chamisa - ficou com 61 vagas. As demais seguem indefinidas. A expectativa da oposição era ficar à frente da sigla governista. Não foram divulgados ainda os resultados da eleição presidencial. Pesquisas divulgadas antes da votação mostravam Mnangagwa com 40% das intenções de voto e Chamisa com 37%. Caso ninguém conquiste a maioria, haverá um segundo turno em 8 de setembro.
Nas redes sociais, o candidato opositor acusou a comissão de divulgar os resultados da eleição parlamentar antes para preparar a população para uma vitória de Mnangagwa. "A estratégia tem como objetivo preparar o Zimbábue mentalmente para aceitar resultados presidenciais falsos. Temos mais votos do que EM (Emmerson Mnangagwa). Ganhamos o voto popular e vamos defendê-lo", escreveu.
Mnangagwa - que durante anos foi o responsável por comandar as forças de segurança do país - assumiu a presidência em novembro do ano passado no lugar de Mugabe, forçado a renunciar pelos militares. Ele estava no poder desde 1980. Apesar de serem ex-aliados e de ambos estarem no mesmo partido, o Zanu-PF, o ex-ditador anunciou que apoiava a oposição, sem especificar se iria votar em Chamisa ou em outro candidato.
A oposição diz que a Comissão Eleitoral desrespeitou as regras porque não publicou os números da votação em cerca de 20% dos colégios eleitorais do país. A lei obriga que os resultados de cada local sejam afixados do lado de fora dos locais de votação. A suspeita dos opositores é de que os dados não foram divulgados porque estão sendo manipulados pelo governo, que nega a acusação.
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