A oposição acusou ontem a comissão eleitoral de deliberadamente atrasar os resultados das eleições ocorridas segunda-feira no Zimbábue para favorecer o partido governista. Trata-se do primeiro pleito no país em quase 40 anos sem o nome do ex-ditador Robert Mugabe, de 94 anos, nas urnas. Ele deixou o poder em novembro passado após pressão dos militares, dando fim ao regime que comandava o país desde 1980.
A presidente da Comissão Eleitoral, Priscilla Chigumba, afirmou que pode demorar até sábado para que os dados sejam divulgados. Apenas alguns resultados da disputa parlamentar foram anunciados.
Segundo o MDC, principal partido da oposição, uma em cada cinco seções eleitorais - cerca de 2 mil no total - não divulgou seus resultados na entrada, como a lei manda. Por isso, o MDC e o Zesn, principal órgão de monitoramento eleitoral, estão acusando a comissão de manipular os resultados em favor do presidente Emmerson Mnangagwa e do partido governista, Zanu-PF.
Os eleitores votaram ainda para 210 vagas no Parlamento e mais de 9 mil representantes locais. Autoridades disseram que o comparecimento foi de 75%, maior que nas eleições anteriores, em 2013. Um segundo turno está previsto para 8 de setembro caso nenhum candidato obtenha a maioria dos votos.