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Internacional

- Publicada em 18 de Julho de 2018 às 01:00

Em homenagem a Nelson Mandela, Obama critica 'política do medo'

Pronunciamento do norte-americano foi um recado a Donald Trump

Pronunciamento do norte-americano foi um recado a Donald Trump


GIANLUIGI GUERCIA/AFP/JC
O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama fez ontem seu mais importante discurso desde que deixou o cargo, instando o mundo a respeitar os direitos humanos e outros valores ameaçados. O pronunciamento ocorreu durante a comemoração do aniversário do líder antiapartheid Nelson Mandela, que faria 100 anos hoje. O evento reuniu cerca de 14 mil pessoas em um estádio de Joanesburgo, capital da África do Sul.

O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama fez ontem seu mais importante discurso desde que deixou o cargo, instando o mundo a respeitar os direitos humanos e outros valores ameaçados. O pronunciamento ocorreu durante a comemoração do aniversário do líder antiapartheid Nelson Mandela, que faria 100 anos hoje. O evento reuniu cerca de 14 mil pessoas em um estádio de Joanesburgo, capital da África do Sul.

Apesar de não mencionar nominalmente seu sucessor, Donald Trump, Obama atacou as políticas do republicano e defendeu a democracia, os direitos humanos e a tolerância. Ele criticou o que chamou de "políticos valentões". "A política de medo, ressentimento e retração está avançando a uma velocidade inimaginável há poucos anos. A cada dia, as notícias trazem manchetes mais atordoantes e perturbadoras", lamentou. "Aqueles que estão no poder estão tentando minar as instituições que dão sentido à democracia."

Em outra evidente referência a Trump, Obama afirmou que os políticos de hoje mentem cada vez mais. "Se você diz que a mudança global não existe, não sei como começar uma discussão", ironizou, citando o Acordo do Clima de Paris.

Para Obama, o mundo se encontra em uma encruzilhada entre a visão de Mandela e um momento "obscuro". Reclamou do que considera políticas migratórias discriminatórias - citando o preconceito baseado em origem, etnia, cor da pele, gênero e religião como questões a serem enfrentadas - e defendeu a igualdade e a tolerância como melhores formas de manter o legado do falecido líder sul-africano.

O ex-presidente dos EUA ainda citou a seleção francesa que ganhou a Copa do Mundo como um exemplo disso. "Nem todos eles se parecem com gauleses, mas todos são franceses", afirmou, sob muitos aplausos da plateia, que incluiu a viúva de Mandela, Graça Machel; a ex-presidente da Libéria e vencedora do Nobel da Paz Ellen Johnson Sirleaf; o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan; e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

A cada ano, a Fundação Mandela convida uma pessoa de prestígio para discursar no aniversário de "Madiba", que nasceu em 18 de julho de 1918 e faleceu em 5 de dezembro de 2013. Depois de passar 27 anos nas prisões do regime racista, o ícone mundial da luta contra o apartheid se tornou, em 1994, o primeiro presidente eleito democraticamente na África do Sul, cargo que ocupou até 1999.

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