Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Internacional

- Publicada em 16 de Julho de 2018 às 01:00

Donald Trump e Vladimir Putin se reúnem hoje em cúpula na Finlândia

Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, se encontrarão hoje em Helsinque, na Finlândia. Do lado russo, a cúpula é uma grande oportunidade para começar a deixar o isolamento diplomático ao qual Moscou está submetido desde 2014. Já Trump busca obter algum acordo que permita melhorar sua imagem de negociador, já pensando nas eleições legislativas de novembro.

Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, se encontrarão hoje em Helsinque, na Finlândia. Do lado russo, a cúpula é uma grande oportunidade para começar a deixar o isolamento diplomático ao qual Moscou está submetido desde 2014. Já Trump busca obter algum acordo que permita melhorar sua imagem de negociador, já pensando nas eleições legislativas de novembro.

O atual estágio das relações EUA-Rússia, o pior desde a Guerra Fria, nas palavras do próprio Putin, decorre de uma espiral de eventos. Após o fim da União Soviética, em 1991, o Ocidente se aproveitou e atraiu países até então comunistas à sua esfera de instituições, em especial a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), sua aliança militar.

Putin assumiu o poder em 2000 e, com métodos autoritários, pôs ordem na casa. É criticado, mas goza de ampla popularidade. Foi reeleito para um quarto mandato com 77% dos votos, em março. Sem sucesso na relação com o Ocidente, resolveu em 2008 deter o avanço da Otan, guerreando na Geórgia em favor da minoria russa do país. A crise econômica daquele ano debilitou os adversários, e o presidente usou o ciclo de alta do petróleo para modernizar suas forças de segurança.

Sob o regime de Barack Obama, os EUA tentaram isolar Putin. Quando um golpe tirou do poder o governo pró-Moscou na Ucrânia, o presidente russo foi rápido e desestabilizou o vizinho para evitar que caísse no arcabouço institucional do Ocidente. Anexou a Crimeia, de maioria russa, e estimulou separatistas no Leste do país. Sofreu sanções e partiu para o ataque: interveio na guerra civil síria em 2015 e voltou a dar as cartas no Oriente Médio.

Quando Trump assumiu, em 2017, havia expectativa de mudanças por conta de uma suposta simpatia mútua dos líderes, que se encontraram no G-20 e se falam eventualmente por telefone. Mas as acusações de que o Kremlin ajudou a campanha do republicano, negadas por Putin e investigadas em Washington, prejudicaram qualquer reaproximação.

O presidente norte-americano pode exigir uma concessão midiática em troca de amaciar as sanções econômicas. Isso daria a Putin espaço para fazer o país crescer e trabalhar sua fraqueza, a renda dos cidadãos. Com efeito, a proposta de reformar a Previdência, um meio de lidar com os nós fiscais russos, derrubou pela primeira vez em quatro anos sua popularidade.

O ponto é saber no que o mandatário russo cederia. A Crimeia está fora de cogitação. A Síria poderia entrar no jogo, levando em consideração que a mídia estatal russa tem destacado a "retirada de forças" do país, embora a base estabelecida vá ficar onde está.

O fato de os EUA terem aderido à guerra diplomática liderada pelo Reino Unido após o envenenamento de um ex-espião russo na Inglaterra também ajuda a turvar o clima. Uma eventual reaproximação entre Washington e Moscou gera ansiedade na Europa, que percebe as movimentações nas fronteiras russas como uma ameaça.

Na semana passada, a passagem de Trump pela cúpula da Otan, onde fez críticas duras e exigências inviáveis aos aliados, causou mal-estar. Ao fim, os entraves russo-americanos não irão sumir em um aperto de mãos, mas canais podem ser abertos.

Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO