O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, decidiu que usará drones para a fumigação de plantações de folhas de coca em resposta ao aumento da área cultivada da erva usada para produzir cocaína. A medida foi revelada na noite de terça-feira, um dia depois de os Estados Unidos divulgarem estatísticas que apontam um aumento de 11% na área cultivada em território colombiano no ano passado, passando de 188 mil hectares para 209 mil hectares.
Segundo Santos, a aspersão foi autorizada após avaliações dos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, que viram dano menor que a fumigação aérea - suspensa em 2015 pelo prejuízo à saúde e às plantações. Ele afirma, também, que a concentração de glifosato, pesticida usado para matar a folha de coca, terá concentração 50% menor que a usada anteriormente e, por isso, deverá ter efeito similar à erradicação química em terra.
No mesmo período do aumento da área cultivada, a capacidade de produção de cocaína saltou 19% - de 772 toneladas para 921 toneladas -, segundo o Escritório Nacional de Controle de Drogas norte-americano. A área cultivada de folha de coca vem em crescimento desde 2014, segundo ano das negociações do acordo de paz do governo com a ex-guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) - hoje, um partido político.
Com o fim da fumigação aérea, a estratégia de Santos para erradicar as plantações era a eliminação por terra e um programa de substituição de cultivos, que, devido à falta de recursos, teve sua abrangência reduzida. Por outro lado, a desmobilização das Farc levou à dominação da região por outros grupos, como o Exército de Libertação Nacional (ELN), dissidentes das guerrilhas, ex-paramilitares, cartéis do tráfico e bandos criminosos.