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Estados Unidos

- Publicada em 22 de Junho de 2018 às 01:00

Trump pressiona democratas por acordo migratório

Medidas de Trump visam desestimular imigração ilegal

Medidas de Trump visam desestimular imigração ilegal


NICHOLAS KAMM/AFP/JC
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou nesta quinta-feira seu desejo de aprovar mudanças na lei imigratória no país. Segundo ele, a fronteira "tem sido uma grande bagunça e um problema há muitos anos", o que exige um "acordo de fato" no Legislativo para "resolver esse problema longevo".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou nesta quinta-feira seu desejo de aprovar mudanças na lei imigratória no país. Segundo ele, a fronteira "tem sido uma grande bagunça e um problema há muitos anos", o que exige um "acordo de fato" no Legislativo para "resolver esse problema longevo".
"Não devemos contratar milhares de juízes, como nossas ridículas leis de imigração exigem", escreveu Trump em sua conta no Twitter. "Devemos mudar nossas leis, construir o muro e contratar agentes fronteiriços", argumentou, dizendo que isso desestimulará imigrantes ilegais.
Trump também criticou lideranças do Partido Democrata, que, segundo ele, são fracos no combate ao crime e na segurança fronteiriça. Ele mencionou especificamente o senador Charles Schumer, líder da minoria no Senado, e Nancy Pelosi, líder da minoria na Câmara dos Representantes. "Schumer costumava querer segurança na fronteira - agora, ele escolhe o crime!", ironizou.
Na quarta-feira, Trump assinou um decreto determinando que todos os integrantes da família permaneçam detidos juntos, durante o processo criminal contra os adultos sujeitos à deportação. Com isso, o presidente voltou atrás na política de separar famílias que cruzam a fronteira do México com os EUA ilegalmente, alvo de críticas dentro e fora do país. Trump disse, porém, que pretende manter a política de "tolerância zero" e processar todos os estrangeiros que entram de maneira ilegal.

Maior parte das crianças brasileiras detidas está em Chicago

Pelo menos 49 crianças brasileiras foram separadas dos pais depois de entrarem nos Estados Unidos de maneira ilegal a partir do México. Enviadas a abrigos, elas estão detidas em diferentes estados. A maioria (29) está concentrada em Chicago, cidade a quase 2,5 mil quilômetros da divisa com o México. A criança brasileira mais nova é um menino de cinco anos, que está no Texas.
Segundo informações do Consulado do Brasil em Houston, um garoto de oito anos tentou fugir, na quarta-feira, de um abrigo em Nova Iorque, mas não teve sucesso. "Sabemos que as crianças estão traumatizadas", disse o cônsul adjunto na cidade texana, Felipe Santarosa. "Elas foram separadas dos pais e colocadas em um lugar no qual não conhecem a língua. Por mais que sejam bem tratadas, é uma situação difícil."
Além dos que estão em abrigos, há outros 25 menores brasileiros em um centro de detenção em San Antonio, no Texas, acompanhados de suas mães - 21 no total. Santarosa disse que diplomatas brasileiros visitarão o local na próxima semana.

Itamaraty chama separação na fronteira de 'cruel'

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou uma nota na qual afirmou que a separação familiar é uma "prática cruel e em clara dissonância com instrumentos internacionais de proteção aos direitos da criança". O governo brasileiro disse esperar que o decreto de Trump leve à "efetiva revogação" da separação familiar.
Depois de Chicago, o maior número de crianças brasileiras detidas está em Phoenix, no Arizona. No abrigo Estrella del Norte, há sete menores. Três são irmãos - de oito, dez e 16 anos -, cuja mãe está presa em uma cidade a 90 quilômetros de distância.
Também há quatro adolescentes, um de 14 anos e três de 17 anos. O mais velho completará 18 anos no dia 24 e será transferido para um centro de adultos. O Consulado do Brasil em Miami, na Flórida, informou que há pelo menos um menor separado da família em um abrigo no estado. A maioria dos pais está presa no Texas.
A diretora do Departamento Consular de Brasileiros no Exterior do Itamaraty, Luiza Lopes, informou que uma das garantias que o governo recebeu é o livre acesso às crianças que estão nos abrigos. "Nossa cônsul em Chicago visitou os menores várias vezes e fez a ponte deles com seus pais", afirmou. "Por mais que se tente amenizar a situação, ela trará consequências psicológicas para as crianças", ressaltou.