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Internacional

- Publicada em 19 de Junho de 2018 às 01:00

Separação de crianças imigrantes dos pais causa indignação nos EUA

Protestos em frente a centros de detenção se espalharam pelo país

Protestos em frente a centros de detenção se espalharam pelo país


ROBYN BECK/AFP/JC
A prática de separar crianças imigrantes de seus pais na fronteira dos Estados Unidos com o México, que já distanciou cerca de 2 mil famílias nas últimas semanas, tem provocado forte reação, inclusive de aliados do presidente Donald Trump, e pode forçar o governo a recuar.
A prática de separar crianças imigrantes de seus pais na fronteira dos Estados Unidos com o México, que já distanciou cerca de 2 mil famílias nas últimas semanas, tem provocado forte reação, inclusive de aliados do presidente Donald Trump, e pode forçar o governo a recuar.
Ontem, foi a ex-primeira-dama Laura Bush, mulher do republicano George W. Bush, que saiu em defesa das crianças. Em artigo no jornal Washington Post, ela afirmou que a separação das famílias "parte seu coração". "Moro em um estado fronteiriço (Texas). Aprecio a necessidade de cumprir a lei e proteger nossas fronteiras, mas essa política de tolerância zero é cruel. É imoral", escreveu.
Até mesmo a atual primeira-dama, Melania Trump, em um raríssimo pronunciamento, disse, em nota, que "detesta ver as crianças separadas de suas famílias" e espera que "os dois lados possam, finalmente, se unir para obter uma reforma de imigração bem-sucedida".
Há cerca de dois meses, Trump decidiu adotar uma política de "tolerância zero" contra quem cruza a fronteira ilegalmente. Com isso, adultos são processados criminalmente pela travessia ilegal, e encaminhados a presídios federais. As crianças, que por lei não podem permanecer nesses estabelecimentos, acabam sendo enviadas para abrigos mantidos pelo governo e ficam sem contato com os pais.
Os abrigos estão quase lotados: atualmente, há pouco mais de 10 mil crianças imigrantes detidas, uma lotação de 95%. "É um abuso inconcebível", disse ontem o diretor do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Zeid Ra'ad al-Hussein. Antes, o governo norte-americano optava por tratar dos casos em cortes de imigração, sem o indiciamento criminal, e as famílias eram mantidas unidas em centros de detenção para imigrantes.
Trump, por outro lado, tem culpado os democratas pelas leis que, segundo ele, determinam a separação das crianças - embora a remoção massiva seja uma prática recente de sua administração. "Mudem as leis!", escreveu, em letras maiúsculas, nas redes sociais. Segundo ele, a administração tem apenas cumprido as leis, uma prática que foi defendida pelo secretário de Justiça, Jeff Sessions, com uma citação bíblica, argumentando que "Deus consagrou os governantes para seu propósito". "Eles (os pais) é que descumpriram a lei, eles é que colocaram suas próprias crianças em risco durante a jornada", afirmou Sessions, na última quinta-feira. Trump ainda argumentou que as crianças são usadas por "alguns dos piores criminosos da terra" como um meio de entrar no país.
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