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relações exteriores

- Publicada em 13 de Junho de 2018 às 01:00

Kim Jong-un e Trump assinam acordo para desnuclearização

Líderes assinaram documento se comprometendo com  a 'paz e a prosperidade' na região

Líderes assinaram documento se comprometendo com a 'paz e a prosperidade' na região


SAUL LOEB/AFP/JC
Em condições ainda vagas e com compromissos que ficaram de fora do papel, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, assinaram ontem, em Singapura, um acordo que prevê a desnuclearização da península coreana, no qual os dois países se comprometem "à paz e à prosperidade" na região.
Em condições ainda vagas e com compromissos que ficaram de fora do papel, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, assinaram ontem, em Singapura, um acordo que prevê a desnuclearização da península coreana, no qual os dois países se comprometem "à paz e à prosperidade" na região.
Em troca do compromisso de Pyongyang de dar fim à presença de armas nucleares na região, os EUA se comprometeram a interromper os exercícios militares com Seul. As tropas norte-americanas, porém, vão continuar em solo sul-coreano.
O documento marca uma aproximação histórica, mas repete o compromisso de dar fim às armas nucleares feito pelo norte-coreano no final de abril, em uma
reunião com a Coreia do Sul, e não estabelece, por ora, passos concretos rumo à desnuclearização. Um dos principais itens do combinado, a destruição de um local de testes nucleares, foi obtido após a assinatura final, segundo o norte-americano - e ficou de fora do documento.
As sanções econômicas contra Pyongyang permanecem inalteradas, até que sejam tomados passos concretos rumo à desnuclearização, de acordo com Trump. E o esperado término oficial da Guerra da Coreia (1950-1953), que divide a península coreana há quase 70 anos, não foi anunciado.
Antes de assinar o documento, os dois líderes almoçaram juntos e tiveram um encontro de quase 40 minutos. Para Trump, a reunião foi "melhor do que todos poderiam esperar". Já Kim, que antes se referira ao encontro como algo que parecia "um filme de ficção científica", afirmou que "o mundo verá uma grande mudança".
É a primeira vez que um mandatário dos EUA se reúne com um líder da Coreia do Norte. Em 2009, Bill Clinton, já fora da Casa Branca, encontrou-se com Kim Jong-il (pai de Kim Jong-un). Em 1994, Jimmy Carter, também longe da presidência, reunira-se com Kim Il-sung, avô do atual líder.
 

Reunião inaugura 'novo capítulo na história das nações', diz norte-americano

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o momento era "histórico" e que a cúpula inaugura "um novo capítulo na história nas nações". Ele reconheceu, porém, que o encontro é o início de um processo e disse que "não há como garantir tudo". "Apenas sinto, muito fortemente, que eles querem fazer um acordo", declarou, durante entrevista à imprensa em Singapura. "É isso que eu faço. Minha vida toda foi de negociação. Isso é o meu negócio."
Trump deu ainda declarações críticas aos exercícios militares realizados por EUA e Coreia do Sul na península coreana. "Em primeiro lugar, é tremendamente caro. E, em segundo, é uma situação muito provocadora", afirmou o norte-americano. "Diante das circunstâncias de que estamos negociando um acordo bastante abrangente, (abandonar os exercícios militares) é algo que eles (Coreia do Norte) apreciaram bastante."
Kim Jong-un, por outro lado, afirmou que irá repatriar os restos mortais de soldados desaparecidos ou feitos prisioneiros durante a Guerra da Coreia. Ao ser perguntado se havia interpelado o norte-coreano sobre a falta de liberdade no país, Trump disse que falou do assunto, mas de forma "muito breve" em comparação ao tema das armas nucleares.
Em clima amistoso com a imprensa no local, Trump não quis responder, porém, a um jornalista que o questionou se o encontro dava legitimidade a um regime que oprime e retira direitos da população. "Eu acabei de responder", desconversou. Essa é uma das grandes preocupações de analistas sobre o encontro: que ele dê legitimidade, além de servir de propaganda, ao regime de Pyongyang.
 

Um aperto de mãos icônico

Imagem já é uma das mais marcantes do século

Imagem já é uma das mais marcantes do século


SAUL LOEB/AFP/JC
A cena dos dois líderes - um de um país comunista e o outro da maior potência capitalista do planeta - caminhando em frente a bandeiras das duas nações, meses após ameaçarem realizar ataques nucleares contra o outro, já se tornou uma das imagens mais icônicas do século XXI até agora. Trump e Kim demonstraram cordialidade. Ontem, o norte-americano afirmou que Kim tem uma "grande personalidade" e é "muito inteligente", segundo declarou à CNN.
Questionado se via o norte-coreano como um igual, Trump disse que não via o encontro dessa forma. "Farei o que for preciso para tornar o mundo um lugar melhor. Se posso salvar milhões de vidas vindo até aqui e estabelecendo um relacionamento com alguém, que é um homem muito poderoso, é minha honra fazê-lo."