O esperado encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em um hotel em Singapura, começou de forma bastante cordial. Um breve aperto de mãos entre os dois marcou o início de uma reunião histórica, cujo resultado esperado é a desnuclearização do regime de Pyongyang.
Pouco depois das 22h de segunda-feira (manhã desta terça-feira, pelo horário local), os dois líderes mundiais se encontraram no Marina Bay Sands Hotel, um hotel de luxo na Ilha de Sentosa. Após um novo aperto de mãos e sorrisos de ambos os lados, os governantes seguiram por um corredor acompanhados por seus tradutores oficiais e foram para uma sala, onde se sentaram lado a lado.
"É uma honra. Não tenho dúvidas de que eu e Kim teremos uma relação incrível", afirmou Trump, enquanto fotógrafos e cinegrafistas faziam as imagens oficiais. O líder norte-coreano retribuiu. "Velhos preconceitos e práticas estiveram no nosso caminho, mas nós superamos tudo e hoje estamos aqui", declarou.
Passados os cumprimentos, a pauta do encontro fechado à imprensa giraria em torno da desnuclearização da península coreana. Ambos devem elaborar um documento oficial sobre o assunto.
Objeto de idas e vindas ao longo das últimas semanas, a cúpula havia sido cancelada pela Casa Branca no fim de maio, sob a alegação de que Pyongyang dera amostras de "franca hostilidade" em relação aos Estados Unidos. No entanto, no dia 1 de junho, Trump disse que Kim "havia se comprometido com a desnuclearização" da Coreia do Norte e que eles estavam "construindo um bom relacionamento".
Um eventual acordo entre os dois países ainda pode selar o fim oficial da Guerra da Coreia (1950-1953), que marcou a separação da península e terminou há 65 anos, mas sem um acordo de paz.
Comitivas dos dois países fizeram um encontro prévio em um hotel. O secretário de Estado Mike Pompeo, que acompanha Trump em Singapura, adiantou que os Estados Unidos só aceitarão a "completa, verificável e irreversível" desnuclearização da Coreia do Norte.
Em outras ocasiões, Kim já havia mostrado disposição em se comprometer com o desarmamento nuclear de seu país, mas ainda há muitos analistas céticos sobre a postura do líder.
O anúncio do encontro marcou uma reviravolta em um discurso até então agressivo entre os dois líderes mundiais. No ano passado, o presidente dos Estados Unidos ameaçou destruir totalmente a Coreia do Norte e chamou Kim de "homenzinho do foguete", por conta do lançamento de um míssil por parte de Pyongyang. Em resposta, o líder asiático xingou o presidente norte-ameircano de "ignorante mentalmente perturbado".