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Relações Internacionais

- Publicada em 10 de Junho de 2018 às 23:50

Trump e Kim desembarcam em Singapura para cúpula histórica

Trump chegou ao país no início da noite, enquanto Kim pousou em Singapura durante a tarde

Trump chegou ao país no início da noite, enquanto Kim pousou em Singapura durante a tarde


SAUL LOEB/AFP/JC
O domingo marcou a chegada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, a Singapura, onde irão protagonizar um encontro histórico amanhã. A reunião entre os dois está marcada para as 9h locais desta terça-feira (22h da segunda-feira no horário de Brasília).
O domingo marcou a chegada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, a Singapura, onde irão protagonizar um encontro histórico amanhã. A reunião entre os dois está marcada para as 9h locais desta terça-feira (22h da segunda-feira no horário de Brasília).
Trump chegou ao país no início da noite, pelo horário local, enquanto Kim pousou em Singapura durante a tarde, pelo horário do país. O norte-coreano foi recebido pelo ministro de Relações Exteriores da cidade-Estado, Vivian Balakrishnan, e depois se reuniu com o primeiro-ministro, Lee Hsien Loong, no palácio presidencial.
No sábado, antes da viagem, Trump disse estar ansioso para encontrar o líder norte-coreano. "Estou a caminho de Singapura onde terei a chance de alcançar um resultado verdadeiramente maravilhoso para a Coreia do Norte e o mundo. Certamente será um dia emocionante e eu sei que Kim Jong-un trabalhará muito duro para fazer algo que raramente foi feito antes...Criar a paz e grande prosperidade para sua terra" escreveu em sua conta no Twitter.
Ainda não está claro, até o momento, que tipo de decisão pode resultar da cúpula de terça-feira. Pyongyang diz estar disposta a deixar de lado seu arsenal nuclear se os EUA derem garantias de segurança e outros benefícios. Muitos analistas consideram essa hipótese improvável, em virtude dos esforços feitos por Kim para construir seu programa.
Outra possibilidade é que as duas lideranças discutam sobre um acordo para acabar com a Guerra da Coreia, em substituição ao armistício assinado em 1953. Apesar de os combates da guerra terem terminado naquele ano, tecnicamente, o conflito continua, porque, em vez de um tratado de paz, oficiais militares da Organização das Nações Unidas (ONU), da Coreia do Norte e da China, liderados pelos Estados Unidos, assinaram o armistício.
A Coreia do Norte poderia ver em um tratado e nas garantias de segurança dadas por Washington a melhor maneira de preservar a dinastia de família de Kim. O subsequente reconhecimento como um "país normal" poderia resultar em alívio das sanções e, posteriormente, em ajuda internacional e investimentos.
Cerca de três mil jornalistas acompanham a viagem de Kim Jong-un e Donald Trump em Singapura. Nos últimos meses, a política externa adotada por Kim deu uma guinada em direção à diplomacia, após uma série de testes com mísseis e armas nucleares no ano passado, que alimentaram temores em todo o mundo sobre a possibilidade de uma guerra vir a ocorrer.
Muitos especialistas acreditam que a Coreia do Norte está prestes a desenvolver mísseis com armas nucleares capazes de alcançar o continente americano. Há entre eles um ceticismo sobre a possibilidade de o líder norte-coreano desistir de usar tais armas, ao mesmo tempo em que surgem sinais de que a diplomacia pode substituir a animosidade.
Inicialmente, a reunião se destinaria a convencer a Coreia do Norte a abandonar seu programa de armas nucleares. Nos últimos dias, Trump se referiu ao encontro como meio para que as duas lideranças se conheçam. Qualquer acordo dependerá da disposição da Coreia do Norte de permitir acesso a autoridades internacionais para realizar inspeções. No passado, os norte-coreanos relutaram em abrir as portas dessas unidades a estrangeiros.

Bons laços, distância e restrição a atos levaram reunião à cidade-Estado

As boas relações com Pyongyang e Washington, a proximidade com a Coreia do Norte e a restrição à liberdade de expressão ajudaram Singapura a ser escolhida para sediar a cúpula entre o norte-americano Donald Trump e o norte-coreano Kim Jong-un.
Assim, o local foi considerado um palco isento para o encontro, algo que não aconteceria se ele fosse realizado na zona desmilitarizada entre as Coreias. Já países europeus, como a Suíça e Suécia, foram descartados devido à distância entre eles e Pyongyang.
A infraestrutura de segurança foi outra vantagem do país, em especial frente à Mongólia, outra possível sede. Singapura tem ainda tradição em receber cúpulas internacionais, como o encontro entre o líder chinês, Xi Jinping, e o então presidente taiwanês, Ma Ying-jeou, em 2015.
Segundo o ministro de Relações Exteriores de Singapura, o país foi procurado primeiro pelos EUA - e, na sequência, pela Coreia do Norte. "Nós não levantamos a mão, mas nos perguntaram", disse ele.
Outro aspecto é a limitação que o governo estabelece para aglomerações públicas - manifestações precisam de autorização da polícia. O governo também exerce rígido controle sobre a imprensa desde Lee Kuan Yew (1923-2015). Fundador do país e idealizador do modelo que transformou a cidade-Estado em um dos países mais ricos do planeta, ele comandou Singapura desde a independência da Malásia, em 1965, até 1990. Hoje, o premiê é seu filho, Lee Hsien Loong, que assumiu em 2004.