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Arqueologia

- Publicada em 24 de Maio de 2022 às 19:36

Comunidade encontra 'cápsula do tempo' escondida em igreja no Vale do Caí

Garrafa encontrada na parede da Comunidade do Matiel no início de abril

Garrafa encontrada na parede da Comunidade do Matiel no início de abril


Gilmar Guilherme Dietrich/Arquivo Pessoal/Reprodução/JC
Maria Eduarda Welter
A comunidade da Igreja Evangélica do Matiel, no interior de Pareci Novo, no Vale do Caí, encontrou um objeto inusitado cimentado dentro de uma das paredes da paróquia: uma garrafa lacrada. Antes do culto de Sexta-feira Santa, no dia 15 de abril, membros da paróquia se reuniram para abrir o artefato e descobriram uma espécie de cápsula do tempo, com documentos escritos em alemão gótico que datam de 1921.
A comunidade da Igreja Evangélica do Matiel, no interior de Pareci Novo, no Vale do Caí, encontrou um objeto inusitado cimentado dentro de uma das paredes da paróquia: uma garrafa lacrada. Antes do culto de Sexta-feira Santa, no dia 15 de abril, membros da paróquia se reuniram para abrir o artefato e descobriram uma espécie de cápsula do tempo, com documentos escritos em alemão gótico que datam de 1921.
Já em um primeiro momento, a comunidade notou que se tratavam de jornais: o primeiro, o Rio Grandenser Sonntagsblatt (Jornal Dominical Riograndense), com data de 7 agosto de 1921; e o segundo é o Deutsche Post - Tages Ausgabe (Correio Alemão - Distribuição Diária), com duas edições, de 10 e 11 de agosto de 1921. 
Conforme conta Gilmar Guilherme Dietrich, presidente da comunidade, não se possui muitas informações sobre o surgimento da igreja do Matiel. "Ninguém sabia dizer ao certo a idade da nossa igreja, não tinham documentos que diziam ao certo a idade da nossa igreja. Os mais antigos diziam que naquele lugar na parede tinha uma documentação dentro", relata Dietrich.
Gilmar Guilherme Dietrich/Arquivo Pessoal/Reprodução/JC
Gilmar Guilherme Dietrich/Arquivo Pessoal/Reprodução/JC
Com o intuito de conhecer melhor a história local, a comunidade procurou a documentação pela primeira vez em 8 de dezembro de 2021; sem obter sucesso. Em 2 de abril deste ano, a comunidade foi consertar a área que tinha sido talhada na procura anterior. Por curiosidade, usaram a furadeira para tentar cavar um pouco mais e esbarraram no artefato.
Além dos jornais, a garrafa continha moedas da época e uma ata com informações sobre a localidade na época de fundação da igreja. O documento foi traduzido do alemão com o auxílio de membros da comunidade. "Atualmente, a Comunidade Evangélica do Matiel conta com 80 membros. Ela pertence ao Sínodo Riograndense e, em termos ministeriais, à Paróquia de São Sebastião do Caí, já desde há 36 anos", consta no documento.
A ata ainda relata que a comunidade possuía uma escola, frequentada por 35 crianças, cujo professor era o sr. Arthur Gerlach, vindo da Alemanha. O documento ainda revela o que levou a comunidade a fundar a igreja: "[...] a própria Comunidade do Matiel está disposta a carregar grande ônus principal, por saber que uma casa de Deus é o prédio principal em seu meio, tanto em dias de sofrimento como em tempos de alegria. [...] almejamos ser a Comunidade que cresce e floresce com os filhos e filhos dos filhos."
E a vontade dos signatários da ata se concretizou. Ao encontrar os documentos, Gilmar Guilherme Dietrich encontrou três nomes de participantes da diretoria da comunidade: Felippe Fuhr, Balduin Weissheimer e Pedro Dietrich - irmão do bisavô de Gilmar. 
A família Dietrich se reuniu para contar como seus ancestrais chegaram à região do Matiel. Gilmar relata que seu bisavô morava em Ivoti, enquanto o irmão dele se mudou para a comunidade do Matiel; por volta de 1937, seu avô e sua avó se mudaram para a região do Vale do Caí com os três filhos - quando o pai de Gilmar tinha cerca de dois anos.
"É gratificante ver que aquela época já era a nossa família que estava na diretoria e, hoje, 100 anos depois, por acaso, é o mesmo sobrenome de novo."
Agora, a comunidade irá reunir os achados com documentos recentes - incluindo esta matéria - para uma nova cápsula do tempo e, quem sabe, daqui 100 anos ou mais outras pessoas possam ler sobre como foi encontrar a primeira cápsula em 2022.
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