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Infraestrutura

- Publicada em 26 de Janeiro de 2022 às 20:26

'Vamos transformar o Centro Histórico de Porto Alegre no mais seguro do Brasil', afirma Schirmer

Cezar Schirmer diz que Mercado Público da Capital terá mais atrativos

Cezar Schirmer diz que Mercado Público da Capital terá mais atrativos


/ANDRESSA PUFAL/JC
Fabrine Bartz
Batizada de Centro +, a proposta de revitalização do Centro Histórico de Porto Alegre é um dos sete programas prioritários do governo do prefeito Sebastião Melo. O programa prevê melhorias em segurança pública, infraestrutura, fiscalização, desenvolvimento econômico, zeladoria, mobilidade e preservação do patrimônio histórico, além de fomentar o turismo e a cultura local. Embora uma das três ações consideradas emblemáticas pela prefeitura já esteja concluída, a substituição do Muro da Mauá, outras duas continuam em andamento: a revitalização do Mercado Público e a busca por uma solução para o Esqueletão. A iniciativa, desenvolvida e coordenada pelo secretário municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer, pretende redesenhar a governança das ações.
Batizada de Centro +, a proposta de revitalização do Centro Histórico de Porto Alegre é um dos sete programas prioritários do governo do prefeito Sebastião Melo. O programa prevê melhorias em segurança pública, infraestrutura, fiscalização, desenvolvimento econômico, zeladoria, mobilidade e preservação do patrimônio histórico, além de fomentar o turismo e a cultura local. Embora uma das três ações consideradas emblemáticas pela prefeitura já esteja concluída, a substituição do Muro da Mauá, outras duas continuam em andamento: a revitalização do Mercado Público e a busca por uma solução para o Esqueletão. A iniciativa, desenvolvida e coordenada pelo secretário municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer, pretende redesenhar a governança das ações.
Jornal do Comércio - O segundo andar do Mercado Público está fechado desde o incêndio em 2013. Por que tantos anos de espera para uma reforma?
Cezar Schirmer - Olha, eu não quero e nem vou olhar para trás, não quero apontar irresponsabilidade. O que importa é que o governo Melo decidiu abrir o 2° andar e vamos abri-lo. Já começaram as obras da rede elétrica, da escada rolante, do elevador e também da luminotécnica da parte interna. Toda iluminação da área comum do Mercado será mudada, as partes externa e interna serão pintadas, além de outras ações que vamos desenvolver ao longo do tempo. Vamos manter todas as características do Mercado Público, mas será um outro mercado. Seja pela sua estrutura física preservada, bem cuidada, mas também por outros atrativos que queremos colocar, como, por exemplo, mais gastronomia e mais artesanato. Artesanato em lã, ferro, couro, e madeira. O Rio Grande do Sul tem um artesanato muito bonito, mas esse espaço é reduzido no mercado. Queremos abrir para outras atividades que transformem o Mercado Público, que é o coração e a alma do Centro Histórico de Porto Alegre, em um espaço mais nobre com muitos atrativos.
JC - Quais benefícios para a economia de Porto Alegre a reforma do Mercado Público irá trazer?
Schirmer - A economia de Porto Alegre, historicamente, vem processando uma transformação. No passado, tinha uma economia industrial e hoje é uma economia de serviço. Agora há um espaço imenso, na minha opinião, para agregar outras atividades que Porto Alegre ou nunca teve ou perdeu. Exemplo: ser um atrativo turístico relevante. É inconcebível que 95% das pessoas que vão a Gramado e Canela, na Serra, não tenham interesse em entrar em Porto Alegre. Um turista, e isso são dados internacionais, deixa, no mínimo, US$ 100 em 24 horas em uma cidade. Imagina o que isso pode representar em atividade econômica, geração de emprego, prosperidade e riqueza. Porto Alegre tem que se dedicar a atrair eventos. O prefeito Melo está trabalhando no Centro de Convenções, um espaço para feiras. Temos que atrair pessoas e instituições para gastar em Porto Alegre, isso é bom para o Rio Grande do Sul. Quando me refiro a isso, me refiro também ao interior do Estado. Temos muitas coisas, mas não temos uma política efetiva de fazer com que haja entretenimento, que haja uma frequência. A gastronomia é uma atividade que representa um atrativo muito relevante.
JC - Em recente entrevista, o senhor comentou: "O futuro do Centro Histórico passa por uma decisão sobre o futuro do Esqueletão". Como está a elaboração do laudo e o que está previsto?
Schirmer - O Esqueletão tem duas soluções: a primeira é um reforço estrutural no próprio prédio e a sua conclusão. A segunda é a sua demolição e eventual destinação do terreno para uma outra atividade. O laudo vai fazer uma avaliação estrutural e outra de viabilidade financeira e econômica. Às vezes, a reforma é mais cara do que fazer um prédio novo. A Ufrgs está examinando e vai nos entregar esse laudo até março. É a nossa expectativa. Estamos trabalhando com as duas possibilidades, seja qual for. À medida que o laudo definir a alternativa mais adequada ou der todas as informações sobre as alternativas, a prefeitura decide qual é o caminho e aí, tchau Esqueletão. O que posso afirmar, com absoluta segurança e convicção, é que os dias do Esqueletão tal qual nós o conhecemos há 50 ou 60 anos, estão contados.
JC - A obra do Quadrilátero Central faz parte da transformação do Centro de Porto Alegre. O que será feito para atrair novos turistas?
Schirmer - Já fizemos duas licitações. É uma coisa um pouco triste o que vou dizer: esse dinheiro estava disponível há cinco anos e essas obras não começaram nunca. Então, o governo Melo decidiu tomar as providências necessárias. Infelizmente, essas licitações não concluíram de forma adequada, porque se revelaram desertas, e agora lançamos o terceiro edital. Nossa expectativa é que ainda neste mês as empresas se interessem pelas obras do Quadrilátero. O que são essas obras? Várias ruas do Centro Histórico vão sofrer uma repaginação, um processo de embelezamento, melhores cuidados, do ponto de vista da imobiliária urbana, da iluminação e do calçamento. Essa é uma área que vai ficar totalmente diferente, bonita e bem cuidada. Obviamente, a obra é incompatível com a presença dos camelôs. Não dá para fazer a obra porque é uma obra muito complicada. Temos muitos fios, tubos e problemas de diferentes naturezas. Precisamos da colaboração e cooperação, inclusive dos comerciantes da região. Vai haver uma intervenção, mas que é fundamental, porque quando for concluída será uma outra realidade, muito mais bonita, agradável e valorizada. A obra começa em fevereiro, logo que a licitação estiver concluída.
JC - Em relação à segurança, quais medidas serão tomadas?
Schirmer - O Centro Histórico tem uma imagem bem insegura, uma imagem que é verdadeira. Não é tão inseguro quanto parece, o Centro não tem um indicador de grande violência. Não tem grandes crimes. Não tem histórico de homicídio, latrocínio, crimes violentos. O que tem são pequenos furtos, pequenos assaltos, pequenos roubos e tráfico de drogas. Uma ação da Secretaria de Segurança municipal tem estudado e colaborado em recursos com o financiamento de R$ 60 milhões, parte dele para o Centro de Porto Alegre. Entregamos o primeiro totem, que é o meio de qualquer cidadão de Porto Alegre se comunicar com o Centro de Comando e Controle e informar. Foi uma doação da empresa DGT, que vai nos doar dois. Queremos, e o prefeito já autorizou, fazer essa experiência. Estamos pensando em mais totens, estamos colocando vídeo monitoramento em vários lugares de Porto Alegre, novas câmaras e melhorando as que já existem. A Guarda Municipal tem intensificado as suas ações no Centro e tem tido mais visibilidade e mais ostensibilidade. Vamos transformar o Centro Histórico de Porto Alegre no mais seguro do Brasil, eu posso afirmar.
JC - A ideia da prefeitura é transformar a rua General Câmara (Rua da Ladeira) em um caminho temático, como isso será feito?
Schirmer - É uma intervenção urbana, um tipo de procedimento que se chama urbanismo tático. Não se altera a estrutura da rua, mas são intervenções tópicas, por exemplo, com deques, nova iluminação, alargamento de calçadas e paisagismos. Queremos pintar as ruas com frases ou poesias do Mário Quintana. Iremos agregar, embelezar e melhorar os cuidados. A ideia é ser um elo entre a parte alta, que é a Praça da Matriz, e a parte baixa, que é a Praça Alfândega em direção ao rio. O projeto está aprovado e estamos buscando parceiros privados. Gostaríamos que ela fosse adotada por uma entidade que amasse Porto Alegre. Vamos bater palmas e agradecer de forma entusiasmada, porque é o que nós queremos: fazer da ladeira um marco. Tenho certeza que quem se associar a prefeitura nesse propósito tem muito a ganhar em divulgação, além do reconhecimento da população de Porto Alegre.
JC - O plano de mobilidade está previsto para ser entregue em fevereiro deste ano. Haverá a retirada dos ônibus da Salgado Filho?
Schirmer - O Centro tem dois problemas. O primeiro deles, não o mais importante, é a segurança. O segundo é a mobilidade urbana. É inconcebível uma área que tem 2,3 quilômetros quadrados ter 19 terminais de ônibus, dos quais 7 da Região Metropolitana e 12 de Porto Alegre. A Salgado Filho se transformou em rodoviária a céu aberto e obviamente nós temos que dar um trato nesse assunto. Não dá para o Centro Histórico ser um terminal de ônibus. No Centro, tem ônibus velhos. Imaginávamos transferir algumas unidades para a rodoviária. É um processo de conversação, que em um primeiro momento não avançou, mas agora está avançando. É possível reduzirmos substancialmente esses terminais de ônibus dentro do Centro de Porto Alegre.
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