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Saúde

- Publicada em 12 de Janeiro de 2022 às 20:24

'Flurona' não é sinônimo de infecção mais grave, dizem especialistas

Apesar disso, cuidados, como o uso de máscara, devem ser mantidos

Apesar disso, cuidados, como o uso de máscara, devem ser mantidos


ANDRESSA PUFAL/JC
Casos de 'flurona', como ficou conhecida a coinfecção de Covid-19 e influenza, já foram registrados em algumas partes do país. Os diagnósticos surgem em um momento em que o Brasil enfrenta uma forte onda de quadros gripais severos que já lotam hospitais em algumas cidades.
Casos de 'flurona', como ficou conhecida a coinfecção de Covid-19 e influenza, já foram registrados em algumas partes do país. Os diagnósticos surgem em um momento em que o Brasil enfrenta uma forte onda de quadros gripais severos que já lotam hospitais em algumas cidades.
O aumento de casos de dupla contaminação traz dúvidas a respeito dos efeitos que isso pode ter. O primeiro ponto é que uma dupla infecção causada por vírus é comum, explica Fernando Spilki, virologista e coordenador da Rede Corona-ômica BR-MCTI, um projeto de laboratórios que sequencia os genomas de amostras do Sars-Cov-2 no Brasil. "Quando você vai estudar fora de um período de pandemia, encontra um percentual muito alto de coinfecção", afirma o virologista, que é Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da Universidade Feevale.
Spilki detalha que, em 2020, primeiro ano da pandemia, já tinham sido detectados casos de coinfecção entre Sars-CoV-2 e H1N1. Esses diagnósticos eram mais raros porque havia pouca circulação de influenza no Brasil. No entanto, o cenário mudou. "Agora, a tempestade perfeita está formada: você tem muitas infecções por H3N2, especialmente por essa cepa Darwin que é responsável por esse surto atual no Brasil, e por outro lado você tem uma onda se formando com Ômicron. Então vai dar muita chance para que as pessoas se coinfectem", diz.
Mesmo com esse cenário, Spilki afirma que não existem indicações que um diagnóstico positivo de gripe e Covid possa acarretar situações mais graves nos pacientes.
Essa é a mesma visão de Cristina Bonorino, imunologista e professora da Universidade Federal de Ciência da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). "Parece ser intuitivo dizer que, se tem mais de um vírus ao mesmo tempo, vai ficar pior, mas na verdade não é isso que acontece, depende da pessoa, da idade, das comorbidades", afirma.
Para o caso de coinfecções com Sars-CoV-2, Cristina explica que nenhum estudo mostra um risco aumentado, mas também ressalta a necessidade de continuar monitorando a situação. Ela também diz que os casos de coinfecção estão sendo mais relatados porque as medidas sanitárias estão sendo relaxadas, o que não tinha acontecido em larga escala anteriormente. "Tivemos uma queda nos casos de influenza no ano passado por causa do distanciamento e das máscaras, que inibem a circulação de todos os vírus. No que as restrições afrouxaram, começaram os pequenos surtos de outros vírus", afirma.
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