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Geral

- Publicada em 24 de Novembro de 2021 às 13:00

Quase 1% das mortes no Brasil de 2008 a 2019 tinham relação com o saneamento

País teve 11,8 milhões de casos de doenças relacionadas ao saneamento de 2008 a 2019

País teve 11,8 milhões de casos de doenças relacionadas ao saneamento de 2008 a 2019


EVARISTO SA/AFP/JC
Dez anos depois, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou nesta quarta-feira (24), mais uma edição do Atlas do Saneamento no Brasil. Conforme o estudo, apesar dos avanços no controle das Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI), elas ainda foram responsáveis por cerca de 0,9% de todos os óbitos ocorridos no Brasil entre 2008 e 2019, sendo a Doença de Chagas e as diarreias as mais recorrentes.
Dez anos depois, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou nesta quarta-feira (24), mais uma edição do Atlas do Saneamento no Brasil. Conforme o estudo, apesar dos avanços no controle das Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI), elas ainda foram responsáveis por cerca de 0,9% de todos os óbitos ocorridos no Brasil entre 2008 e 2019, sendo a Doença de Chagas e as diarreias as mais recorrentes.
Entre todas as mortes ocorridas por doenças infecciosas e parasitárias no Brasil, aquelas relacionadas ao saneamento representam 21,7%. De acordo com o levantamento do IBGE, entre os anos de 2008 a 2019, foram notificados 11.881.430 casos de DRSAI no Brasil, com 4.877.618 internações no Sistema Único de Saúde (SUS).
Doença de Chagas, diarreias e disenteria foram as principais causas de morte, representando quase 81,5% dos óbitos por DRSAI no período. Enquanto nas regiões Sudeste e Centro-Oeste as principais doenças são a dengue, a zika e a chikungunya, na região Norte são as leishmanioses, na Região Nordeste, a esquistossomose, e, na região Sul, a leptospirose. “Esgoto a céu aberto colabora na proliferação dessas doenças, daí a correlação direta entre as enfermidades e o saneamento precário”, afirma Daiane Ciriáco, geógrafa do IBGE.
O trabalho de 195 páginas salienta uma característica da distribuição por municípios dos serviços de saneamento no Brasil. Enquanto o abastecimento de água por rede geral está quase universalizado (99,6% dos municípios do País contam com o serviço), a coleta de esgoto ainda sofre com um déficit considerável (apenas 60,3% faziam coleta de esgoto em 2017).
Apenas três estados (São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal) apresentam taxas superiores a 85% de domicílios atendidos pelo serviço de coleta de esgoto – respectivamente 93,2%, 87,5% e 86,6%. Em 17 Estados (todos os da região Norte e sete estados da região Nordeste, à exceção de Pernambuco e Bahia), as taxas de domicílios atendidos com coleta de esgotamento sanitário variaram de 9,9% (casos de Rondônia e Piauí) a 54,0%, no caso de Sergipe.
A coleta de esgoto e a distribuição de água estão intimamente ligadas. A reduzida abrangência da coleta de esgoto resultou no fato de que o principal tipo de poluição ou contaminação identificada na captação de água doce tenha sido exatamente por esgoto sanitário.
Outro ponto preocupante destacado pelo IBGE diz respeito ao fato de que as duas regiões brasileiras que apresentaram maior crescimento populacional – Norte e Centro-Oeste - serem as que têm as maiores proporções de municípios sem rede coletora de esgoto, com 83,8% e 57%, respectivamente. “Embora as regiões Norte e Centro-Oeste sejam as menos populosas do país, elas foram as únicas que apresentaram, no período entre 2010 e 2020, crescimento populacional relativo estimado acima da média nacional, de 11,0%, com taxas de 17,7% e 17,4%, respectivamente”, ressalta Daiane.
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