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Geral

- Publicada em 20 de Novembro de 2021 às 19:28

Manifestantes fazem caminhada em Porto Alegre no Dia da Consciência Negra

Ativistas protestaram contra o racismo, reivindicaram políticas públicas e homenagearam Oliveira Silveira

Ativistas protestaram contra o racismo, reivindicaram políticas públicas e homenagearam Oliveira Silveira


LEONARDO MACHADO/ESPECIAL/JC
Leonardo Machado
Centenas de manifestantes se reuniram neste sábado no Centro de Porto Alegre para celebrar o 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra. A mobilização ocorreu à tarde, com concentração no Largo Glênio Peres e em frente ao Paço Municipal.
Centenas de manifestantes se reuniram neste sábado no Centro de Porto Alegre para celebrar o 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra. A mobilização ocorreu à tarde, com concentração no Largo Glênio Peres e em frente ao Paço Municipal.
Gradativamente, o público foi crescendo, até que, às 15h30min, teve início a caminhada, saindo da Praça Montevidéu, sede da prefeitura, pela avenida Borges de Medeiros. O ponto final foi o Largo Zumbi dos Palmares, no bairro Cidade Baixa.
A marcha dos ativistas foi marcada por protestos contra o racismo e a fome no País. Faixas e cartazes também pediam saúde, moradia e emprego. Negros eram maioria, mas o ato do Dia da Consciência Negra teve, ainda, a adesão de manifestantes brancos e movimentos indígenas.
Um dos destaques foi a lembrança do poeta Oliveira Silveira (1941-2009), uma das principais lideranças do movimento negro no Rio Grande do Sul e no Brasil. Ele foi um dos fundadores do Grupo Palmares, de Porto Alegre, que idealizou há 50 anos a celebração do 20 Novembro como Dia da Consciência Negra, em homenagem a Zumbi dos Palmares, que morreu nesta data em 1695.
A ideia dos jovens ativistas negros de Porto Alegre, em 1971, era destacar a luta do povo negro pela liberdade – até então, a data considerada como marco era o 13 de maio, por causa da Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel em 1888, abolindo a escravidão no Brasil. Gradativamente, a iniciativa dos jovens gaúchos ganhou força e atualmente o 20 de Novembro é celebrado em todo o País.
Na manifestação deste sábado, em Porto Alegre, versos de poemas de Oliveira Silveira foram recitados no carro de som da marcha. O rosto do poeta gaúcho também foi reproduzido em estandartes e bandeirões que o homenageavam.
Intitulada Marcha Indepedente Zumbi Dandara, a caminhada teve um público predominantemente jovem e negro, embora idosos e até crianças também tenham participado. Nas faixas e bandeiras, eram estampadas frases antirracistas, como “Vidas Negras Importam”, “Injúria racial é crime” e “Faremos Palmares de novo”.
Jovem, negro, acadêmico de Ciências Econômicas da Ufrgs e integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Bryan Rodrigues destacou a presença secular de um movimento negro atuante contra desigualdades.
O estudante também criticou ações do governo Jair Bolsonaro, ponto, aliás, que esteve presente na marcha. Além de lideranças estudantis, críticas contra falta de políticas públicas para o povo negro também estiveram em falas no carro de som.
O ato teve ainda bandeiras de centrais como a CUT, sindicatos – caso da Assufrgs, dos técnicos-administrativos da Ufrgs – e de partidos políticos de esquerda, como PT, PSOL e PCO. O ex-árbitro Márcio Chagas, a deputada federal Fernanda Melchionna e o vereador Matheus Gomes, todos do PSOL, estiveram no ato, assim como o vereador Leonel Radde (PT).
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