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Geral

- Publicada em 02 de Novembro de 2021 às 13:18

Milhares prestam homenagens durante feriado de Finados em Porto Alegre

Data carrega simbolismo ainda maior após quase 20 meses de pandemia no RS

Data carrega simbolismo ainda maior após quase 20 meses de pandemia no RS


LUIZA PRADO/JC
Diego Nuñez
O feriado de Finados parece ter um significado diferente neste novembro de 2021, em Porto Alegre. Após quase 20 longos meses de pandemia na Capital gaúcha, uma data para lembrar daqueles que partiram se tornou ainda mais especial. Nesta terça (2), milhares compareceram a cemitérios e crematórios da cidade.
O feriado de Finados parece ter um significado diferente neste novembro de 2021, em Porto Alegre. Após quase 20 longos meses de pandemia na Capital gaúcha, uma data para lembrar daqueles que partiram se tornou ainda mais especial. Nesta terça (2), milhares compareceram a cemitérios e crematórios da cidade.
Nem todos conseguiram se despedir de forma presencial dos seus entes queridos no último ano. Com medidas de segurança e protocolos sanitários devido ao coronavírus, os rituais funerários sofreram restrições, com tempos mais curtos e até mesmo caixões lacrados, dependendo dos casos.
“No ano passado foi muito difícil. Na pandemia, muitas pessoas saíram de hospitais direto para caixas fechadas. Nós acreditamos que a despedida é importante e necessária para o processo do luto, então, quando houve necessidade, realizamos funerais em locais abertos, com o caixão lacrado”, relata Flávia De Barba, gestora do cemitério João XXIII.
Esses talvez tenham sido motivos para o alto movimento em cemitérios de Porto Alegre durante toda a semana. Desde a última terça-feira (26), o João XXIII tem registrado cerca de 2 mil pessoas por dia – algo que ocorreu também em outros cemitérios da região. Neste feriado, a expectativa é que o local receba 10 mil visitantes até o final do dia.
Alguns anteciparam as visitas para escapar de aglomerações. Outros, retornaram ao jazigo de entes queridos após meses de espera. Foi o caso da Clair Santos, que visitou o túmulo do marido falecido há 7 anos pela primeira vez desde o início da pandemia. “É como um reencontro. Visitei o túmulo, passei um paninho, acendi velas, coloquei flores novas. Desde que começou a pandemia, não tinha vindo nenhuma vez. Agora já podemos vir com um pouco mais de tranquilidade”, relata a dona Clair.
Ela foi ao cemitério São Miguel e Almas durante a manhã de feriado. Mesmo com movimento acentuado, parte do público também deixou para ir durante a semana que antecede a data de finados. Ainda assim, foram mais visitas que em 2020. “No ano passado, não teve todo esse movimento. E ainda muitas pessoas vieram antes, foi diluído ao longo da semana. O que percebemos, é que muitas pessoas não puderam vir antes se despedir em questão da pandemia”, afirmou o gerente administrativo do São Miguel e Almas, Alceu Roque Zortea.
Quem também percebeu alta de visitantes em relação ao ano passado foi Nair Neves, que há 42 anos vende flores em frente ao cemitério. “Muitos não tiveram esse privilégio de se despedir corretamente. Estavam ocorrendo funerais com no máximo duas, três horas. E muitos nem podiam fazer. Hoje, já está diferente, bastante movimento que já começou na semana passada, e agora é rezar, acender uma vela”, disse. Segundo Nair, as flores mais procuradas são rosas e crisântemos.
O cemitério da Santa Casa recebeu uma missa do arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, presenciada por cerca de 200 pessoas. “Hoje é dia de fazer memória aos nossos falecidos. A morte assusta. Tem a morte natural, com a idade: fica a saudade, mas nos conformamos. Tem a morte que ocorre após uma longa doença, e experimentamos uma misto de alívio e saudade. E tem a morte repentina, que gera surpresa e inconformidade. Vivemos uma situação que já vitimou mais de 600 mil pessoas no Brasil. Alguns diziam: ‘a mim não atinge, essa doença é mentira’. Hoje, nós dizemos que resta a dor e a saudade”, rezou o arcebispo aos fiéis.
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