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Geral

- Publicada em 15 de Outubro de 2021 às 10:35

Interesse na carreira de professor despenca em uma década no Rio Grande do Sul

Entre 2009 e 2019, número de estudantes de licenciaturas caiu 65,6% no RS

Entre 2009 e 2019, número de estudantes de licenciaturas caiu 65,6% no RS


FREDY VIEIRA/JC
Esta sexta-feira (15), marca o Dia do Professor. No Rio Grande do Sul, a data será marcada por uma mobilização dos professores da rede pública estadual de ensino, que cobram valorização da carreira e 47,8% de reposição salarial – desde 2014 a categoria não recebe reajuste no Estado. A baixa atratividade da carreira docente pode ser percebida ao se analisar os dados relativos à procura por cursos de graduação em licenciaturas. De acordo com levantamento realizado pelo Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS), em uma década, o RS viu cair em mais da metade o número de alunos interessados em ser professores.
Esta sexta-feira (15), marca o Dia do Professor. No Rio Grande do Sul, a data será marcada por uma mobilização dos professores da rede pública estadual de ensino, que cobram valorização da carreira e 47,8% de reposição salarial – desde 2014 a categoria não recebe reajuste no Estado. A baixa atratividade da carreira docente pode ser percebida ao se analisar os dados relativos à procura por cursos de graduação em licenciaturas. De acordo com levantamento realizado pelo Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS), em uma década, o RS viu cair em mais da metade o número de alunos interessados em ser professores.
Em 2009, as instituições de Ensino Superior gaúchas tinham 134.731 estudantes de licenciatura. Passados dez anos, em 2019, esse número caiu para 46.335, uma redução de 65,6%, conforme dados do Censo da Educação Superior, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Os números do RS caminham em direção contrária àqueles observados no Brasil, onde houve um crescimento de 20% no número de estudantes em cursos de formação de professor: de 1.405.791 alunos em 2009 para 1.687.367, em 2019.
Os números do RS caminham em direção contrária àqueles observados no Brasil, onde houve um crescimento de 20% no número de estudantes em cursos de formação de professor: de 1.405.791 alunos em 2009 para 1.687.367, em 2019.
O número de ingressantes nos cursos de licenciaturas em instituições de Ensino Superior do Estado também caiu: em 2009 eram 31.415 estudantes. Dez anos depois, somente 15.271 buscavam essa formação, uma queda de 51,3%. Outro dado preocupante é a evasão. Cerca de 62% dos alunos gaúchos que iniciam nos cursos de licenciatura não chegam até o final.
Para o presidente do Sinepe/RS, Bruno Eizerik, o cenário é preocupante. “Ainda não temos dados sobre o ingresso dos alunos durante a pandemia, mas certamente os números serão ainda menores. Mesmo com o incentivo do governo federal, com a concessão de descontos nas mensalidades, temos visto uma grande redução na procura pela carreira docente. Se nada for feito, é possível que nos próximos anos tenhamos um apagão na oferta de professores”, aponta.
Segundo Eizerik, há várias razões por trás da baixa procura pela docência, em especial a falta de políticas de estado para educação, que consequentemente, gera a desvalorização da carreira. “O Brasil não investe pouco em educação, mas investe mal. Enquanto gastamos 6,3% do PIB em educação, o Japão investe 3,2%. A média de investimento entre os países que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 5%. Não gastamos pouco, mas gastamos mal”, salienta, complementando que a pandemia evidenciou novamente a importância do papel do professor na sociedade, mas que não foi suficiente para trazer mudanças significativas à categoria.
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