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Geral

- Publicada em 02 de Outubro de 2021 às 10:10

Porto Alegre é a primeira capital do Brasil a investir em asfalto morno

Na esquerda, o asfalto convencional sendo aplicado; na direita, o asfalto morno, com menos fumaça

Na esquerda, o asfalto convencional sendo aplicado; na direita, o asfalto morno, com menos fumaça


Ingevity/Reprodução/JC
Apesar do asfalto morno já ser utilizado no Brasil há cinco anos, em concessões rodoviárias, Porto Alegre é a primeira capital brasileira a adotar a mistura. Nos Estados Unidos, um dos países que já utiliza essa tecnologia há dez anos, o asfalto morno representa 40% do mercado. No Brasil, ainda é apenas 2%. O esperado é que, após a iniciativa da capital gaúcha, outras cidades adotem esse formato.
Apesar do asfalto morno já ser utilizado no Brasil há cinco anos, em concessões rodoviárias, Porto Alegre é a primeira capital brasileira a adotar a mistura. Nos Estados Unidos, um dos países que já utiliza essa tecnologia há dez anos, o asfalto morno representa 40% do mercado. No Brasil, ainda é apenas 2%. O esperado é que, após a iniciativa da capital gaúcha, outras cidades adotem esse formato.
A outra mistura em uso é a quente, que utiliza temperaturas em torno de 180°C para produzir o asfalto. Com essa tendência, a temperatura para a produção da mistura pode ficar entre 105°C e 140°C, no máximo. Segundo o gerente de negócios da Ingevity no Brasil, empresa responsável por desenvolver a tecnologia, Hernando Macedo Faria, essa diminuição na temperatura traz benefícios. “Com a redução da temperatura, temos, em média, uma redução de 30% a 40% de combustível. Essa é uma vantagem econômica, já que usa menos combustível, e ambiental, tendo em vista que é um recurso finito”, explica.
Além disso, reduzir a temperatura dessa mistura ajuda a evitar o desgaste dos equipamentos de produção e aumentar a produtividade da usina, já que o asfalto morno permite que ela opere em sua capacidade máxima. “É quase 30% de ganho na produção”, pontua Faria. A mistura não precisa de investimentos, como a compra de novos equipamentos, por exemplo. Em Porto Alegre, a mistura já está em trechos de vias da Zona Sul, da Zona Norte e do 4º Distrito. A Rua São Mateus, no bairro Bom Jesus, foi a primeira a ter a nova tecnologia.
Ele explica, também, que o asfalto morno não queima o ligante asfáltico, que é um produto originado do petróleo e, portanto, é a parte mais cara do pavimento. “O asfalto quente já nasce oxidado, queimando um produto super nobre. No asfalto morno, só por ter deixado de queimar o ligante asfáltico, já tem um aumento de durabilidade de 20%”, conta.
A durabilidade de um asfalto é planejada de acordo com vários fatores, então é difícil calcular esse ganho em anos. “A questão do aumento da durabilidade é simplesmente em função de melhorar o processo. Independentemente das outras variáveis, se esse asfalto iria durar cinco anos, agora vai durar seis.”
Para os leigos, não há diferença visível entre a mistura quente e a morna. Os pavimentos são praticamente iguais, afirma Faria. Mas, para o secretário responsável pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SmsUrb), Marcos Felipi Garcia, as diferenças são importantes. “O asfalto morno é importante pela qualidade e pela produtividade do serviço, principalmente em um clima que muitas vezes não era favorável para o trabalho de pavimentação de vias. O inverno gaúcho é rigoroso em dias muito frios e úmidos”, pontua.
Garcia acrescenta que o sistema anterior, mais quente, não pode ser usado no inverno porque o material acaba não tendo durabilidade no solo. A demonstração da mistura foi feita em um dia em que Porto Alegre registrava 5°C de temperatura, conta Faria, e não houve problemas de aplicação, diferentemente da mistura quente, que seria afetada pelo clima. “O asfalto morno aumenta a janela de horários de trabalho, gerando mais agilidade nas entregas, já que os serviços podem começar no início da manhã mesmo nos meses mais frios do ano. Além disso, a produção de asfalto morno gera menos emissão de CO2, o que contribui para o ambiente”, destaca o secretário.
Apesar de ser nova no Brasil, a tecnologia já é utilizada há mais de 15 anos em países como Estados Unidos, Inglaterra, Itália, França e Alemanha. Faria conta que as universidades brasileiras iniciaram a testagem da mistura na mesma época em que as universidades estrangeiras. “Nos EUA, eles investiram nisso. No Brasil, ficou preso no mundo acadêmico. Aliás, a própria Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) é uma das universidades que mais estudou os asfaltos mornos no País.” Ainda assim, o gerente de negócios está confiante. "A partir do Rio Grande do Sul, nossa meta é ampliar a presença do produto e os benefícios gerados para todo o Brasil”, conclui.
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