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Responsabilidade social

- Publicada em 24 de Setembro de 2021 às 14:17

Voluntariado cresce e se reinventa em meio à pandemia

Médicos Veterinários de Rua RJ inspiraram ação no Rio Grande do Sul

Médicos Veterinários de Rua RJ inspiraram ação no Rio Grande do Sul


Médicos Veterinários de Rua RJ/divulgação/jc
O voluntariado ganhou novas formas de atuação em decorrência da pandemia. Com os protocolos sanitários de distanciamento estabelecimentos para evitar o contágio da Covid-19, muitas iniciativas, antes presenciais, passaram a ser realizadas no mundo digital. “Os grupos de voluntários estão mudando conceito de atuação e migrando para o modelo on-line, no qual registramos um crescimento exponencial de ações”, relata o superintende da ONG Parceiros Voluntários, José Alfredo Nahas.
O voluntariado ganhou novas formas de atuação em decorrência da pandemia. Com os protocolos sanitários de distanciamento estabelecimentos para evitar o contágio da Covid-19, muitas iniciativas, antes presenciais, passaram a ser realizadas no mundo digital. “Os grupos de voluntários estão mudando conceito de atuação e migrando para o modelo on-line, no qual registramos um crescimento exponencial de ações”, relata o superintende da ONG Parceiros Voluntários, José Alfredo Nahas.
No ano passado, para se ter uma ideia, as iniciativas capitaneadas pela Parceiros resultaram em um impacto direto na vida de mais de 200 mil pessoas, segundo balanço divulgado pela ONG. Até mesmo a distribuição de alimentos de primeira necessidade, uma atividade comum entre a maioria dos grupos voluntários, ganhou uma versão remota. A Cesta Básica Digital surgiu justamente para suprir a lacuna das ações presenciais, e garantir a quem precisa o acesso a itens tão esperados.
O projeto, desenvolvido pela Parceiros em conjunto com a Fundação Telefônica Vivo, a Ticket Alimentação e o governo do Estado, resultou na liberação de mais de R$ 590 mil em vouchers alimentação para alunos da rede pública de ensino. Foram beneficiados alunos do 1º ao 5º ano que não recebiam Bolsa Família e se encontravam em uma situação de alta vulnerabilidade social. Coube à cada família um auxílio no valor de R$ 300,00.
Outro exemplo é o projeto Psicoterapia Solidária On-line, que faz a conexão de psicólogos com pessoas que não têm condição de acesso a este tipo de recurso. Em atuação há oito meses, o grupo é formado hoje por 15 psicólogos, e está em busca de mais voluntários, entre eles psiquiatras. “Precisamos de mais gente para atender. Agora, temos 50 pacientes em atendimento, mas já passaram por nós mais de 70 pessoas”, conta Evandro Horn Cattaneo, que criou o projeto em parceria com o voluntário Roberto Caldas, para poder unir os psicológos com aqueles que necessitam de atendimento. Profissionais interessados em se voluntariar podem entrar em contato pelo WhatsApp (51) 99326-3950.
Como o atendimento é on-line, não há fronteiras para receber voluntários e também pacientes. “Atendemos o mundo inteiro, se preciso, pois os atendimentos são online por videoconferência. Tanto pacientes como psicoterapeutas são de locais diferentes. Muitos são de outros estados”, relata Cattaneo. O público-alvo são pessoas de baixa renda que estão em situação de vulnerabilidade social.
“Pessoas que não têm condições de pagar atendimento psicoterápico e precisam de apoio emocional”, completa o voluntário, ao explicar que, após o preenchimento e análise de dados do paciente, é agendado dia e hora com um dos psicólogos ou psiquiatras voluntários. Segundo ele, existe uma lista de espera de pacientes esperando somente novos voluntários que possam dispor de duas horas semanais para serem atendidos.
Com o avanço da vacinação e a flexibilização dos protocolos sanitários, muitos voluntários retomam ações presenciais, levando em conta, claro, todos os procedimentos necessários para prevenir o avanço da pandemia. Outros grupos começam a ser formar para levar ajuda a quem precisa.
É o caso do Médicos Veterinários de Rua RS, que reúne profissionais e estudantes de Medicina Veterinária e Zootecnia, além de profissionais de outras áreas, dispostos a abraçar a causa e auxiliar nas tarefas. "Estamos nos organizando para promover a primeira ação ainda em outubro em Porto Alegre", diz a médica veterinária Lisandra Dornelles, coordenadora do projeto do Estado, ao informar que a cidade de Caxias do Sul também está mobilizada para iniciar os trabalhos o quanto antes.
Para a diretora-geral do Gabinete Da Causa Animal da Prefeitura de Porto Alegre, Catiane Mainardi, o apoio é mais do que bem-vindo. "Necessitamos de apoio da sociedade e voluntários para as atividades desenvolvidas. Quando há cooperação, todos os serviços que oferecemos na unidade são disponibilizados", explica. O gabinete faz o credenciamento de protetores cadastrados no município que que atuam em prol do bem estar de animais em situação de rua e também realiza diversas atividades nas comunidades para avaliar a situação destes animais. "Na Unidade de Saúde Animal Victoria, é disponibilizado atendimento veterinário, castração, exames e tratamento dos animais, muitas vezes encaminhados para lá com o apoio dos voluntários", destaca Catiane.
O importante em toda e qualquer ação, diz Nahas, é o comprometimento dos voluntários no prosseguimento das atividades. É o que o superintendente da Parceiros Voluntários classifica como diferença fundamental entre voluntariado organizado e voluntarismo. “Fazer as coisas só quando se tem vontade, com atitudes pontuais, isso é voluntarismo. O voluntariado organizado, as ações são consistentes e contínuas”, define. O importante, completa Nahas, é ter em mente que a atividade desenvolvida influencia na vida de outras pessoas, e que isso requer dedicação, responsabilidade e persistência.

Médicos Veterinários de Rua RS busca parcerias e projetam primeira ação para outubro

A inspiração para trazer os Médicos Veterinários de Rua para o Rio Grande do Sul veio com a troca de experiência com o projeto no Rio de Janeiro, que começou em maio deste ano. Na cidade do Rio de Janeiro, o grupo de 45 voluntários, realiza atividades no último domingo de cada mês, durante cinco horas, em média.
O Médicos Veterinários de Rua é um dos braços da Associação Médicos do Mundo, iniciativa privada e filantrópica que busca promover o atendimento a pessoas e animais em situação de vulnerabilidade social.
O objetivo é oferecer tratamento aos pets de pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade social. Os animais – cães e gatos em sua grande maioria – passam por exame físico e são avaliados para verificar se podem ser causa de enfermidade para quem convive com eles. Caso detectada alguma zoonose, seja no pet ou no tutor, ambos são tratados ou encaminhados para instituições públicas de saúde, de acordo com o grau de complexidade.
Na abordagem, os pets recebem vermífugos, antiparasitários e vacinas. Os voluntários também explicam sobre a importância da castração e distribuem ração, guias, comedores e medicação, além de roupas, cobertores, calçados, produtos de higiene pessoal e outros itens obtidos por meio de doações. "Por isso as parcerias são fundamentais", reforça a coordenadora do projeto no Estado, médica veterinária Lisandra Dornelles, que também é presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS).
Todos os atendimentos são registrados em prontuários. O exame físico, por exemplo, permite coletar informações sobre escore de condição corporal e de massa muscular dos animais, os resultados das avaliações de mucosa, linfonodos, pulso femoral, nível de desidratação e demais dados considerados importantes. As coletas de amostras biológicas, como sangue, fezes e urina, servem de base para projetos de pesquisa.
"O cuidado com os animais de estimação é a porta de entrada para mostrar às pessoas em situação de rua que elas também precisam ter atenção com a sua própria saúde”, relata o médico veterinário Marco Antonio Andrade Rodrigues, coordenador do projeto no Rio.  Para se ter uma ideia, nas ações realizadas no Rio de Janeiro, foram atendidos nesta última ação, cerca de 20 pets, enquanto as consultas e atendimentos para pacientes humanos em diversas áreas chegam a 140.
Por isso, quem decide se voluntariar precisa ter empatia e estar disposto a praticar a escuta ativa. Além disso, o projeto permite aplicar na prática o conceito de Saúde Única (One Health), que consiste na relação inseparável entre a saúde humana, a saúde animal e a saúde ambiental. "E o médico veterinário é o único profissional habilitado a atuar nestas três áreas da saúde", ressalta Lisandra.

Como se tornar um Parceiro do Bem e ajudar os animais em vulnerabilidade 

É possível contribuir com o projeto Médicos Veterinários de Rua RS com doações financeiras ou de itens e materiais que serão usados nas ações.
  • Vacinas (cães e gatos)
  • Preventivos (ecto e endoparasitários)
  • Microchips
  • Leitor de microchip
  • Otoscópio
  • Balança
  • Mesa de Atendimento (Dobrável)
  • Materiais ambulatoriais (algodão, gaze, seringa, agulha etc.)
  • Tenda para atendimento dos animais
  • Medicamentos
  • Cobertores e roupas para animais
  • Coletes para identificação dos voluntários
  • Vasilhas para alimento e água
  • Coleiras, peitorais e guias
  • Ração para cães e gatos
  • Testes rápidos (4DX IDEXX)
Contrapartidas oferecidas pelo grupo
  • Divulgação da parceria nas redes sociais da Associação Médicos do Mundo com cerca de 12.000 seguidores.
  • Inclusão da logomarca, descrição da empresa e seus produtos como um Parceiro do Bem no website da Associação Médicos do Mundo com cerca de 2.000 acessos mensais (https://www.medicosdomundo.org.br/parceiros-do-bem/).
  • Entrega de imagens tratadas das ações para uso na comunicação interna e externa do Parceiro do Bem.
  • Divulgação sobre a parceria.
  • Possibilidade de participação de representante do Parceiro do Bem nas ações do projeto Médicos Veterinários de Rua RS para entrega de material aos voluntários da Associação Médicos do Mundo.
FONTE: MÉDICOS VETERINÁRIOS DE RUA

Empreendedorismo ajuda a desenvolver soluções sociais

Os estudantes também foram foco de outra iniciativa da ONG Parceiros Voluntários: o projeto Tribos na Trilha da Cidadania. O objetivo foi levar aos alunos do ensino Fundamental e Médio a oportunidade de se tornarem empreendedores, de forma a desenvolver e implantar soluções sociais. Antes realizada de forma presencial, a ação teve sua metodologia revisada e passou a ser desenvolvida para a experiência 100% on-line.
O patrocínio do Facebook, Banco DLL, Brinks Brasil e a Ticket Log, por meio da Lei de Incentivo à Cultura (LIC), permitiu a realização de ciclos para se envolverem em projetos sociais; práticas de empatia e formação de rede de apoio. O reforço do Sebrae-RS, que se uniu ao projeto, tornou possível levar a metodologia aos alunos e educadores de 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, e 1º e 2º anos do Ensino Médio, de 41 cidades gaúchas a metodologia Tribos Formação Digital – Jovens Empreendedores.