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- Publicada em 13 de Setembro de 2021 às 22:23

Secretária de Educação do RS teme maior evasão escolar por impactos da pandemia

Rossieli e Raquel, que já trabalharam juntos na educação do Brasil, dividiram opiniões sobre o futuro da educação

Rossieli e Raquel, que já trabalharam juntos na educação do Brasil, dividiram opiniões sobre o futuro da educação


/REPRODUÇÃO/JC
“Eu não vejo brilho nos olhos dos alunos, querendo ir para a universidade, querendo ter um projeto de vida.” Essa é uma das preocupações da secretária de Educação do Rio Grande do Sul, Raquel Teixeira, a respeito da educação em contexto de pandemia no Estado. Segundo ela, os níveis de evasão escolar aumentaram nos últimos meses e isso pode estar atribuído às dificuldades do modelo de ensino híbrido e aos impactos econômicos causados pela pandemia.
“Eu não vejo brilho nos olhos dos alunos, querendo ir para a universidade, querendo ter um projeto de vida.” Essa é uma das preocupações da secretária de Educação do Rio Grande do Sul, Raquel Teixeira, a respeito da educação em contexto de pandemia no Estado. Segundo ela, os níveis de evasão escolar aumentaram nos últimos meses e isso pode estar atribuído às dificuldades do modelo de ensino híbrido e aos impactos econômicos causados pela pandemia.
Entre maio e junho deste ano, a Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul (Seduc) realizou uma avaliação diagnóstica para aferir o aprendizado durante a pandemia. Um dos resultados, trazido pela titular da pasta no Fórum Educação do Futuro, realizado nesta segunda-feira (13), indica que apenas 54% dos alunos do ensino médio compareceram para realizar a avaliação, que foi presencial. A média geral de presença, de todas as séries, é de 72%. Para ela, esse dado já foi uma confirmação dos níveis de evasão escolar no ensino médio.
“Perguntei para um aluno porque os colegas não estavam voltando (às aulas presenciais) e ele disse que estava todo mundo trabalhando com aplicativo, fazendo entregas”, contou a secretária. Ela afirmou que alguns alunos entendem que, estando em casa, sozinhos e fazendo as atividades pelo celular, é difícil ter concentração. “Um aluno disse que é muito dispersivo, que você sabe que não aprendeu e desiste. Não vai fazer o Enem, não vai voltar para a escola. E esse é o sentimento que mais me preocupa”, pontuou.
No evento online, realizado e mediado pela Assembleia Legislativa com o intuito de debater o futuro da educação no Estado, o secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares Silva, chamou a atenção para a estimativa de 35% de evasão escolar em São Paulo. “Quantos voltarão (para a escola) quando for obrigatório? Quantos (pais) vão ter condições financeiras de manter seus filhos em casa?”, indagou.
Soares relembrou que São Paulo criou programas importantes, como o Merenda em Casa, para garantir que alunos em situação de vulnerabilidade não precisassem se preocupar com a alimentação. “Foi um grande aprendizado que hoje serve como referência para o que precisamos discutir sobre o futuro, que é uma bolsa educação para os estudantes mais vulneráveis permanecerem na escola. Temos uma competição ruim. Aqueles que mais precisam vão para a rua ajudar a família de alguma maneira ou vão para a escola? Essa é uma pergunta injusta.”
O prejuízo no aprendizado também foi um tópico de debate. Um estudo, trazido pelo secretário da educação paulista, apontou que alunos do quinto ano estão com o nível de aprendizado menor do que eles mesmos apresentaram no terceiro ano. “Vão falar que não adiantou nada, mas o que foi feito adiantou, porque esse prejuízo seria ainda maior”, pontuou. Um aluno do terceiro ano antes da pandemia, em 2019, já estará no sexto ano em 2022. “No sexto ano, o Estado de São Paulo vai ter um professor alfabetizador, porque muitos alunos vão chegar no sexto ano com problema de alfabetização.”
Para Raquel, está cada vez mais óbvio que é necessário ensinar alunos e professores a ter resiliência para conseguir resultados melhores neste novo processo de aprendizado. “A educação do futuro passa por investimento em gente e investimento em tecnologia. Sem essas duas coisas casadas, vamos patinar e não vamos corresponder ao que o século 21 exige de um país que quer ser próspero”, declarou.
“Vamos ter um futuro híbrido da educação”, sugeriu o presidente do parlamento gaúcho e mediador do debate, deputado Gabriel Souza (MDB). Para ele, ter acesso a internet para propósitos educacionais é um direito fundamental. “Eu acredito que o futuro do mundo vai ser ou totalmente online ou híbrido. E talvez esse seja um dos grandes desafios que a educação brasileira vai ter no futuro”, finalizou.
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