Movimentos de defesa dos direitos indígenas promoveram novos protestos contra o marco temporal nesta sexta-feira (10) em Brasília. Manifestantes marcharam na capital federal para exercer pressão contra a pauta. E, durante a manhã, as mulheres acampadas acampadas na Capital Federal também foram às ruas para pedir por mais direitos aos povos originários e se posicionar contra o marco, que está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal.
O grupo de mulheres deixou o acampamento indígena Luta pela Vida, montado em frente à Fundação Nacional de Artes (Funarte), por volta das 9h30. O destino delas foi a Praça do Compromisso, onde um monumento homenageia o índio da etnia pataxó Galdino Jesus dos Santos, queimado vivo por cinco jovens de classe média, em 1997, na Asa Sul de Brasília.
O julgamento do marco temporal continua na próxima quinta-feira (15). O Supremo julga, desde o dia 26 de agosto, se a demarcação de terras indígenas deve seguir o critério de que os indígenas só tem direito à terra se estivessem sob sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, o que configura o chamado "marco temporal". Segundo o Instituto de Meio Ambiente Social (ISA), a sentença pode afetar mais de 200 terras indígenas atualmente em demarcação.