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- Publicada em 03 de Agosto de 2021 às 08:14

Afeganistão culpa saída dos EUA por avanço do Taleban

Nos últimos dois dias foram registrados ataques em três capitais de província

Nos últimos dois dias foram registrados ataques em três capitais de província


AFP/JC
Agência Estado
O presidente afegão, Ashraf Ghani, culpou na segunda-feira (2) a rápida retirada das tropas americanas pelo agravamento da violência em seu país e disse que seu governo agora se concentrará em proteger as capitais das províncias e as principais áreas urbanas diante do rápido avanço do grupo Taleban.
O presidente afegão, Ashraf Ghani, culpou na segunda-feira (2) a rápida retirada das tropas americanas pelo agravamento da violência em seu país e disse que seu governo agora se concentrará em proteger as capitais das províncias e as principais áreas urbanas diante do rápido avanço do grupo Taleban.
Ao falar ao Parlamento, Ghani pediu aos legisladores que apoiassem uma campanha de mobilização nacional contra o Taleban em meio a uma guerra cada vez mais intensa entre a milícia - que dominou o poder do país entre 1999 e 2001 - e as forças do governo afegão nos últimos meses. Ao mesmo tempo, as tropas dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) concluem sua retirada de um país devastado pela guerra.
"Um processo de paz importado e apressado", disse o presidente, em referência à pressão de Washington sob administração de Donald Trump por negociações entre Cabul e o Taleban. "Não só falhou em trazer a paz, mas criou dúvidas e ambiguidade entre os afegãos", afirmou Ghani em seu discurso ao Parlamento. O presidente afegão chegou de helicóptero para a sessão extraordinária da Casa, convocada em razão da grave situação se insegurança no país.
O Taleban está agora tentando apreender as capitais das províncias depois de já ter tomado grandes extensões de terra e dezenas de distritos em áreas mais rurais, bem como seis importantes passagens de fronteiras. Entre domingo e segunda, os combatentes taleban atacaram pelo menos três capitais de províncias - Lashkar Gah, Kandahar e Herat - após um fim de semana de violentos combates que resultaram na fuga de milhares de civis do país.
Segundo ele, a decisão de retirar as tropas estrangeiras, consolidada sob o governo de Joe Biden, foi tomada abruptamente e o processo de paz se baseou em teorias imaturas. "Eu disse ao presidente dos EUA que, embora eu respeitasse sua decisão, sabia que teria consequências e isso recairia sobre o povo afegão", disse Ghani.
O processo de paz promovido pelos EUA fazia parte do pacto histórico assinado por Washington e o Taleban em fevereiro do ano passado. Segundo acordo assinado com os insurgentes em Doha, os EUA concordaram em retirar suas tropas do país. "Hoje enfrentamos um grande teste nacional", acrescentou o presidente, cujo governo enfrenta a pior crise de segurança do país em duas décadas de guerra, com o avanço sem precedentes do Taleban.
De acordo com a Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão, entre maio e junho, pelo menos 783 civis morreram e 1.609 ficaram feridos, o que pode tornar este um dos períodos mais sangrentos do país.
Além do avanço taleban, segundo o presidente, o Afeganistão está enfrentando uma agressão terrorista sem precedentes e as forças nacionais estão lutando contra uma aliança de terroristas e traficantes que, segundo Ghani, chegaram em dezenas de milhares e se infiltraram no país, aproveitando a retirada dos EUA, para se juntar ao Taleban.
Refugiados
Em Washington, o governo americano anunciou que vai receber milhares de refugiados do país, em razão da deterioração de segurança no Afeganistão. A principal preocupação do programa, segundo o governo é com cidadãos afegãos que auxiliaram forças militares americanas durante quase duas décadas de guerra.
Em comunicado, o Departamento de Estado afirmou que os critérios de elegibilidade do programa de refugiados americano serão ampliados. "À luz do aumento dos níveis de violência por parte dos taleban, o governo americano trabalha para oferecer a alguns afegãos, incluindo aqueles que trabalharam com os EUA, a oportunidade de se beneficiarem dos programas de admissão de refugiados", informou. Até o momento, cerca de 20 mil afegãos se inscreveram no programa voltado a intérpretes que trabalharam com as forças americanas.
Ainda de acordo com o Departamento de Estado, os critérios de seleção serão expandidos para incluir afegãos que trabalharam em ONGs e em veículos de comunicação americanos, assim como em projetos financiados por Washington. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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