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- Publicada em 14 de Julho de 2021 às 17:37

Funcionários da Carris protestam contra privatização da estatal

De acordo com grupo, moradores de bairros periféricos devem ser os mais prejudicados sem os serviços da empresa pública

De acordo com grupo, moradores de bairros periféricos devem ser os mais prejudicados sem os serviços da empresa pública


MARIANA ALVES/DIVULGAÇÃO/JC
Adriana Lampert
Um ato organizado pelas Comissão da Frente Ampla e Carris Pública reuniu aproximadamente 100 pessoas em frente à Prefeitura de Porto Alegre, no final da manhã desta quarta-feira (14). Manifestantes distribuíram panfletos à população alertando sobre o impacto da privatização da empresa, da saída gradual dos cobradores do quadro de funcionários e da regra de submissão a critérios de renda para o meio passe estudantil.
Um ato organizado pelas Comissão da Frente Ampla e Carris Pública reuniu aproximadamente 100 pessoas em frente à Prefeitura de Porto Alegre, no final da manhã desta quarta-feira (14). Manifestantes distribuíram panfletos à população alertando sobre o impacto da privatização da empresa, da saída gradual dos cobradores do quadro de funcionários e da regra de submissão a critérios de renda para o meio passe estudantil.
Em torno de meio-dia, uma comitiva acompanhada da deputada estadual Sofia Cavedon (PT) e dos vereadores Jonas Reis (PT), Karen Santos (PSol) e Leonel Radde (PT) foi recebida no Salão Nobre do Paço Municipal pelo secretário de Governança Local e Coordenação Política, Cassio Trogildo, o diretor-presidente da Carris, Maurício Gomes da Cunha, e o chefe de Gabinete do Prefeito, André Coronel. Os servidores reivindicam que seja retirado de tramitação na Câmara o Projeto de Lei do Executivo (PLE) 013/21, que prevê a desestatização da Companhia.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Governança, o governo explicou que "essa é uma parte das medidas de remodelação do transporte coletivo de Porto Alegre, pois o orçamento da prefeitura já não suporta a continuidade de aportes financeiros necessários para manter o sistema atual". Também foram enviados ao Legislativo, projetos de lei de revisão das isenções tarifárias e sobre o Programa de Extinção Gradativa da Função de Cobrador do Transporte Coletivo por Ônibus, que também já estão em tramitação.
O encontro durou cerca de uma hora e meia, e outra reunião ficou de ser agendada para os próximos dias  para tratar dos assuntos apresentados pela comissão dos servidores, desta vez com a presença de representantes da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), além da diretoria e da associação de funcionários da Carris.
Até lá, a posição da prefeitura será dar continuidade ao projeto de desestatização da empresas. Durante a tarde, o assunto foi pauta no legislativo municipal e, segundo Karen Santos, passou por duas sessões de discussão na Câmara. "Agora vai para as comissões, que podem ser convocadas conjuntas, e depois está apto para ser votado", resume a parlamentar.
"Sabemos que a Carris é viável e pode ser autossustentável, só precisa ser bem gerida", argumentou a cobradora e integrante da Comissão da Frente Ampla, Rosângela Machado, que junto com outras cerca de 20 pessoas seguiu para a frente da Câmara de Vereadores para protestar contra o PLE 013/21. "Se ocorrer a extinção da Carris, os moradores de bairros periféricos e mais pobres é que vão sofrer mais, pois as empresas visam o lucro e não irão atender locais distantes por causa da quilometragem", destacou Rosângela.  
Os servidores prometem continuar fazendo movimentos, a exemplo de uma vigília que será montada na semana que vem, e já se cogita a ideia de greve.  "O projeto de lei foi enviado para a Câmara sem estudo de impacto financeiro e, além disso, têm diversas irregularidades e ilegalidades na gestão do transporte da cidade que estão impactando negativamente a Carris", destaca a vereadora do Psol. "O atual governo não tem uma alternativa que reduza o valor da passagem e qualifique o transporte, e todos os projetos que estão tramitando vão dificultar ainda mais o acesso ao transporte, além de impactar no aumento de desemprego em plena crise econômica, que não vai passar após a pandemia."
Nesta terça-feira (13) o prefeito pediu ao Tribunal de Contas uma análise para apurar a regularidade das revisões tarifárias e o cumprimento dos contratos desde 2015, quando foi realizada a licitação do transporte público. Em paralelo, o titular da pasta de Governança destaca que a comunicação do governo com os servidores da empresa e com a população da cidade tem acontecido. "Estamos dialogando permanentemente com os trabalhadores da Carris e com a sociedade de Porto Alegre sobre a pauta da mobilidade humana, essa é uma prioridade do prefeito Melo", afirma Trogildo. 
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