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Geral

- Publicada em 18 de Junho de 2021 às 20:12

Famílias da Ilha do Pavão são notificadas a deixarem ocupação no centro de Porto Alegre

Grupo de manifestantes recebeu notificação da prefeitura na noite desta sexta-feira

Grupo de manifestantes recebeu notificação da prefeitura na noite desta sexta-feira


Giulian Serafim/PMPA
Um grupo que representa cerca de 30 famílias desalojadas da Ilha do Pavão há quatro anos, em decorrência do agravamento do tráfico na região, e que há cerca de um mês se reveza em protesto sob uma marquise da rua Uruguai, no Centro Histórico, foi notificado pela prefeitura de Porto Alegre, na noite desta sexta-feira (18) ,a deixar o local imediatamente.
Um grupo que representa cerca de 30 famílias desalojadas da Ilha do Pavão há quatro anos, em decorrência do agravamento do tráfico na região, e que há cerca de um mês se reveza em protesto sob uma marquise da rua Uruguai, no Centro Histórico, foi notificado pela prefeitura de Porto Alegre, na noite desta sexta-feira (18) ,a deixar o local imediatamente.
A medida foi tomada pela Secretaria da Habitação da Capital, após um menino da ocupação ter sido atropelado nas imediações. A criança, encaminhada ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), sofreu apenas escoriações leves.
De acordo com o secretário da Habitação, André Machado, o impasse em torno das famílias será tratado em reunião com o governador Eduardo Leite na segunda-feira (21) de manhã. A prefeitura alega que 80% das famílias recebem benefícios do município, e teriam direito a aluguel social. Segundo o executivo, a maioria delas se reveza no Centro para reclamar o direito de retornar às antigas moradias e se nega a deixar o local.
Na semana passada, reunião no Ministério da Cidadania tratou de recursos federais para completar o valor dos bônus-moradia repassados às famílias para aquisição de imóvel. O custeio deve ser dividido entre a prefeitura, o Estado e o governo federal.
Machado conta que a prefeitura tem buscado dialogar com o grupo, no local desde 24 de maio, mas que a situação das crianças que acompanham as família preocupa. "São cerca de 60 crianças submetidas a violações de direito, expostas ao frio e em meio à pandemia. Hoje houve um atropelamento, felizmente sem gravidade, mas poderia ter ocorrido algo pior. Mesmo recebendo benefício, muito estão ali porque querem", comenta.
O número de pessoas no local varia diariamente, mas já chegou a reunir cem manifestantes. André ressalta as tratativas de entendimento com as famílias, mas afirma que a situação agora é de risco para as crianças. "Esperamos que haja um bom senso do grupo e que se encaminhe a retirada das famílias do local imediatamente, para que as crianças possam ser protegidas e não passem por mais riscos", diz o secretário.
O grupo habitava uma faixa de domínio federal, perto do km 98 da BR-290, na saída da Capital, e, em 2017, foi desalojado pela Concepa, devido a uma briga de facções. Segundo a Defensoria Estadual, a maioria das famílias foi alojada temporariamente em uma escola na Zona Norte, outra parte do parcela dos moradores alugou casas. O grupo reivindica uma solução definitiva de moradia, mas a prefeitura informa que tem pago e regularizou os benefícios que estavam em atraso.
Segundo a a administração municipal, a política habitacional de Porto Alegre prevê o bônus moradia para a compra de imóvel, mas como o processo judicial do caso incide sobre o Estado e a União, a competência da prefeitura é de apenas fornecer o auxílio moradia ou aluguel social, enquanto o caso não tiver um desfecho. "Por isso vamos buscar avançar na questão com o governo do Estado na segunda-feira. Não cogitamos uma medida mais drástica, mas não podemos ficar omissos aos riscos que o grupo corre", complementa Machado.
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