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Geral

- Publicada em 18 de Junho de 2021 às 13:47

Inverno começa nesta segunda-feira com menos chuva e mais frio no RS

Há risco gravado de geada tardia no final do inverno e no começo da primavera

Há risco gravado de geada tardia no final do inverno e no começo da primavera


ALEXANDRE PEREIRA/JOÃO VITOR PEREIRA/DIVULGAÇÃO/JC
O inverno que começa nesta segunda-feira, 21 de junho, à 0h32min, será mais frio que a média dos últimos anos e menos chuvoso que o habitual. É o que indica a análise de clima da MetSul para os próximos meses no Rio Grande do Sul. De acordo com a meteorologista da MetSul Estael Sias, o inverno tem início com o Oceano Pacífico Equatorial sem El Niño ou La Niña. Para o decorrer da estação, a tendência é de manutenção do quadro de neutralidade.
O inverno que começa nesta segunda-feira, 21 de junho, à 0h32min, será mais frio que a média dos últimos anos e menos chuvoso que o habitual. É o que indica a análise de clima da MetSul para os próximos meses no Rio Grande do Sul. De acordo com a meteorologista da MetSul Estael Sias, o inverno tem início com o Oceano Pacífico Equatorial sem El Niño ou La Niña. Para o decorrer da estação, a tendência é de manutenção do quadro de neutralidade.
Estael explica que, em anos de Pacífico neutro ou mais frio do que a média, como se espera nos próximos meses, há um aumento da probabilidade de granizo em agosto, setembro e durante a primavera. “Há ainda maior propensão para episódios de vento muito intenso e destrutivos, seja por tornados ou vendavais”, salienta. Ela diz que isso não significa que temporais fiquem mais frequentes, como se dá em El Niño, mas que, quando ocorrem, pode ser mais fortes ou severos devido ao ingresso de massas de ar frio mais fortes tardiamente, quando ar mais quente já é mais comum, o que gera maiores gradientes térmicos e de pressão com agravamento do risco de tempo severo.
A meteorologista diz que o inverno é o período mais chuvoso do ano no Rio Grande do Sul, entretanto, neste ano, a perspectiva é de uma estação com menos chuva do que habitual na maioria das regiões do Estado. É altamente provável que o trimestre de inverno, junho a agosto, termine com chuva abaixo de média na maior parte do território gaúcho. “Agosto pode ser um mês com acumulados de precipitação mais altos em algumas regiões e que podem ficar acima da média mensal”, cita.
Ela enfatiza que, a despeito de a tendência ser de um inverno menos chuvoso que os padrões históricos, episódios pontuais de chuva excessiva podem ocorrer durante a estação. Há diversos precedentes históricos aqui no Estado de cheias de rios no inverno, independentemente das condições no Pacífico. "O risco, entretanto, é menor em 2021”, comenta.
Quanto à temperatura, a meteorologista informa que a MetSul projeta um inverno mais frio na comparação com os últimos anos que, acompanhando a tendência geral de aquecimento do planeta, tiveram menor frequência de frio intenso e um maior número de dias de temperatura amena ou quentes. Apesar disso, a tendência não é de um inverno muito rigoroso que se caracteriza por frio intenso constante ou quase permanente, apesar da probabilidade de períodos muitos frios de mais longa duração. Os episódios de frio intenso ou extremo tendem a ser pontuais. Ao menos um pode ser bastante significativo, refletindo um padrão observado no Hemisfério Norte no começo deste ano.
Estael chama a atenção para o fato de a temperatura neste momento em grande parte da Antártida estar muito abaixo da média com uma quantidade imensa de ar extremamente frio se acumulando e que está represado em torno do Polo Sul por um cinturão de vento intenso associado ao vórtice polar e à fase positiva da Oscilação Antártica (AAO).
“Havendo um eventual enfraquecimento deste cinturão de vento com a oscilação passando por períodos negativos, o que somente se é possível prever em mais curto prazo, registra-se o alerta que este ar excepcionalmente gelado da Antártida pode alcançar latitudes menores, tornado factíveis erupções de ar polar de grande a enorme potência alcançando o Cone Sul da América e o Sul do Brasil”, explica. Ela acrescenta que este quadro pode gerar frio extremo e neve, assim como outras áreas mais meridionais do Hemisfério Sul como a África do Sul, Austrália e a Nova Zelândia.
Com base na projeção climática, a meteorologias diz que junho e julho, historicamente, são os meses de temperatura mais baixa, enquanto que agosto e setembro tendem a ter temperatura mais alta, inclusive com alguns dias de forte a intenso calor que lembram dias de verão com marcas perto ou acima de 35ºC. Tais episódios com alta temperatura, segundo ela, costumam ocorrer eventos de tempo severo no Sul do Brasil, atestando a percepção popular que calor no inverno costuma preceder tempestades e às vezes de grande intensidade.
Em 2021, há uma possibilidade maior de episódios de frio intenso em agosto e setembro com risco agravado de geada tardia no final do inverno e no começo da primavera, o que pode trazer prejuízos para a agricultura. “A alternância de calor e frio é maior nos meses de agosto e setembro, o que tende a levar a bruscas mudanças de temperatura com vento e não raro com tempestades severas”, explica. Isso, de acordo com ela, piora não apenas o risco de tempo severo assim como de danos para a fruticultura por oscilações radicais de calor para frio e vice-versa.
E a neve e geada? A história do clima gaúcho, conforme a especialista, mostra muitos invernos que não chegaram a ser rigorosos, mas tiveram uma ou duas ondas de frio poderosas, até com grandes nevadas, caso de agosto de 1965. "A neve é fenômeno que somente pode ser previsto em curto prazo, dias ou horas antes, mas em anos passados que tiveram características similares às que se prevê houve maior propensão para eventos de neve no Sul do Brasil principalmente em agosto (maior número de casos na segunda metade do mês) e em setembro, sendo alguns significativos", acrescenta.
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