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- Publicada em 13 de Maio de 2021 às 11:35

Passo Fundo: Operação da PF apura crimes com materiais para neurocirurgias no SUS

Operação mobilizou 80 policiais em buscas em residências de médicos e clínica em Passo Fundo

Operação mobilizou 80 policiais em buscas em residências de médicos e clínica em Passo Fundo


POLÍCIA FEDERAL RS/DIVULGAÇÃO/JC
Ação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (13) amplia a investigação sobre crimes no fornecimento de materiais para uso em neurocirurgias pelo SUS realizadas por hospitais credenciados em Passo Fundo. A Operação Círculo de Willis, que mobilizou 80 policiais desde as primeiras horas da manhã, é prolongamento da Operação Efeito Colateral, de 2018, diz a PF.   
Ação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (13) amplia a investigação sobre crimes no fornecimento de materiais para uso em neurocirurgias pelo SUS realizadas por hospitais credenciados em Passo Fundo. A Operação Círculo de Willis, que mobilizou 80 policiais desde as primeiras horas da manhã, é prolongamento da Operação Efeito Colateral, de 2018, diz a PF.   
Segundo a polícia, um dos investigados "teria recebido R$ 1,5 milhão pelo direcionamento da aquisição de materiais neurocirúrgicos". Pelo menos dois médicos de Passo Fundo e um de Lages estariam envolvidos. O nome da operação faz referência ao conjunto de artérias que suprem o cérebro e onde são colocados os equipamentos comprados.
Nas buscas desta quinta, a PF encontrou documentos que podem indicar uso de stents (molas colocadas nas artérias para corrigir o entupimento) vencidos em pacientes. Estes novos elementos entram na investigação a partir de agora.
"A empresa queria evitar perdas, mas gerava prejuízos aos pacientes", observa o chefe da PF em Passo Fundo, o delegado federal Sandro Bernardi. 
A investigação apura crimes de corrupção passiva e ativa e sonegação tributária nas operações de compra dos materiais. Também pode ser ampliado para organização criminosa, devido às conexões entre médicos e empresas, adianta o delegado. 
A PF não informou nomes de envolvidos na ação. As irregularidades envolvem procedimentos feitos nos dois maiores estabelecimentos hospitalares de Passo Fundo, o São Vicente de Paulo e Hospital da Cidade. Até agora não há nada que indique participação de integrantes dos hospitais nos crimes, diz Bernardi.  
Foram 17 mandados de busca e apreensão executados em Passo Fundo, Porto Alegre Florianópolis, Lages e em São Paulo. As buscas incluíram residências e clínica na cidade gaúcha e residência de um médico em Lages. 
Após a Efeito Colateral, em 2018, investigação foi instaurada em 2019, indicando "a relação ilícita de médicos com empresas fornecedoras de materiais hospitalares". Os profissionais recebiam para direcionar a escolha dos equipamentos. Segundo a PF, as comissões variavam entre 20% e 25% sobre o preço do produto.
Um dos casos, de 2013, indica que um dos médicos fez 84 procedimentos com materiais fornecidos pela empresa investigada. Dos cerca de R$ 1,4 milhão pagos pelos materiais, R$ 284 mil teriam sido pagos ao médico, sendo que R$ 190 mil estariam vinculados a pacientes que sofreram cirurgias pelo SUS. 
Entre 2013 a 2018, R$ 1,5 milhão teriam sido rapassados a um dos médico apenas por cirurgias no sistema público de saúde.
A apuração levantou que os valores eram entregues em envelopes durante eventos médicos. Outro dado é que "o principal investigado teria se tornado sócio oculto de uma fornecedora de molas (stent neurológico) nacionais". O profissional também influenciava na aquisição junto ao hospital onde atuava.
O delegado informa que serão verificados depósitos na conta de um dos médicos para identificar relação co os pagamentos. O profissional também tinha ganhos por ser sócio de uma das fabricantes dos materiais.
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