Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Geral

- Publicada em 06 de Maio de 2021 às 12:23

Nova pesquisa sobre Covid-19 irá testar 211 mil pessoas

UFPel criticou falta de menção do estudo desenvolvido pela universidade desde março de 2020

UFPel criticou falta de menção do estudo desenvolvido pela universidade desde março de 2020


GUSTAVO MANSUR/PALÁCIO PIRATINI/DIVULGAÇÃO/JC
Nesta semana, o Ministério da Saúde lançou uma pesquisa, chamada PrevCov, para descobrir qual a prevalência de Covid-19 nos diferentes grupos sociais da população brasileira. No entanto, o anúncio do estudo, que receberá investimento de R$ 200 milhões, gerou críticas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que desde de março de 2020 vem realizando uma pesquisa semelhante (Epicovid-19), mas teve as verbas do governo federal cortadas em julho do ano passado.
Nesta semana, o Ministério da Saúde lançou uma pesquisa, chamada PrevCov, para descobrir qual a prevalência de Covid-19 nos diferentes grupos sociais da população brasileira. No entanto, o anúncio do estudo, que receberá investimento de R$ 200 milhões, gerou críticas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que desde de março de 2020 vem realizando uma pesquisa semelhante (Epicovid-19), mas teve as verbas do governo federal cortadas em julho do ano passado.
O novo levantamento prevê a testagem sorológica, que identifica a presença de anticorpos, em 211.129 pessoas de 274 municípios, incluindo capitais e suas respectivas regiões metropolitanas. A amostragem será feita em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tendo como base a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad) Covid-19. A previsão é de que sejam testados os moradores de 62.097 domicílios.
As amostras sorológicas serão processadas por unidades de apoio diagnóstico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Fortaleza e no Rio de Janeiro. Os testes devem permitir a detecção da resposta à infecção e à vacinação. Uma amostra de cada participante deve ser armazenada em um biorrepositório por até cinco anos.
Segundo o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, os objetivos principais do inquérito sorológico, intitulado PrevCov, são: descrever as características socioeconômicas, demográficas e epidemiológicas dos participantes da pesquisa; estimar a magnitude da infecção pelo novo coronavírus nas capitais e regiões metropolitanas; e permitir cálculos mais precisos de morbidade e letalidade da doença.
Devem ser colhidos dados também sobre sintomas recentes ou anteriores, contatos com casos suspeitos, realização de testes e vacinação, bem como todo o histórico de saúde dos participantes. Não foi dada previsão para a conclusão do levantamento.
O lançamento da PrevCov foi uma surpresa para a coordenação do estudo Epicovid-19, da UFPel, que não foi sequer citada pelo governo no anúncio do novo levantamento. “Nem o Ministério da Saúde, nem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, nem a Fundação Oswaldo Cruz, fizeram contato com a equipe científica do Epicovid-19”, ressalta nota emitida pela UFPel.
Segundo a UFPel, o estudo Epicovid-19-RS, cuja primeira fase iniciou apenas duas semanas após a primeira morte por Covid-19 no Rio Grande do Sul, já concluiu 10 fases, entre abril de 2020 e abril de 2021, tendo entrevistado e testado 45 mil gaúchos. A pesquisa tem apoio do governo do RS e é resultado de uma parceria entre 13 universidades gaúchas. O financiamento foi obtido junto à Unimed Porto Alegre, Instituto Cultural Floresta, Instituto Serrapilheira, Banrisul e Todos pela Saúde. O custo total das 10 fases do projeto foi de R$ 5 milhões. Os resultados do projeto já foram publicados na revista científica Nature Medicine e no American Journal of Public Health.
Já a pesquisa nacional - Epicovid-19-BR - concluiu três fases entre maio e junho de 2020, mediante financiamento do Ministério da Saúde. No entanto, a UFPel lembra que, em julho de 2020, sem contato prévio com a equipe de pesquisa, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, informou a mídia que o financiamento para o Epicovid-19 não seria mantido.
No segundo semestre, a quarta fase do Epicovid-19-BR foi conduzida, com financiamento do Todos pela Saúde. Já em 2021, foi realizada a quinta fase da pesquisa, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. No total, foram entrevistados e testados 245 mil brasileiros. O custo total das cinco fases do projeto foi de R$ 40 milhões, sendo apenas R$ 12 milhões do orçamento do Ministério da Saúde. O estudo já teve seus resultados publicados nas revistas científicas Lancet Global Health, Revista Panamericana de Salud Publica, Vaccine, entre outras.
“Lamentamos que, por questões políticas, a apresentação da relevante proposta de realização do Prev Cov tenha deixado de reconhecer os esforços realizados por centenas de pesquisadores brasileiros, que não descobriram somente em maio de 2021 que estudos epidemiológicos são essenciais para o controle da pandemia de coronavírus no Brasil. Aliás, tivesse ouvido a ciência desde o começo da pandemia, o Ministério da Saúde poderia ter salvado a vida de milhares de brasileiros que morreram em consequência da resposta desastrosa do Brasil à pandemia de coronavírus”, afirma a nota da UFPel.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO