Escolas de Educação Infantil e séries iniciais de Porto Alegre que receberam crianças nesta segunda-feira (26), em meio à incerteza sobre seguir ou não decisões divergentes da Justiça e do governo estadual, mantiveram o atendimento.
Algumas recuaram na intenção de receber alunos devido a manifestações da Justiça, reforçando decisões de primeira instância e do plantão nese domingo (25).
Uma lista obtida pelo Jornal do Comércio indicou que pelo menos 65 escolas de Educação Infantil privadas abriram no começo da manhã na Capital. O número circulou entre os estabelecimentos. No fim da manhã, o Sindicreches, que atua em todo o Estado, orientou que os locais abertos mantivessem o atendimento, devido às dificuldades que gerariam às famílias para a busca antes do horário normal de funcionamento.
"Trabalhamos com crianças e não podemos simplesmente mandá-las embora e fechar as portas diante da confiança depositada pelas famílias em nosso trabalho", alegou o sindicato das escolas de Educação Infantil, em seu perfil no Facebook.
A manhã foi marcada por reversão em orientações como do Estado, prefeitura de Porto Alegre e Sindicato do Ensino Privado do RS (Sinepe-RS), diante de decisões da Justiça que reforçaram a suspensão das atividades presenciais. O foco foi direcionado ao julgamento de recrsuo da Procuradoria Geral do Estado (PGE) no TJ-RS nesta segunda-feira.
Inicialmente, estabelecimentos abriram em cidades com cogestão,
devido ao decreto estadual que permitiu a retomada das atividades presenciais seguindo as regras das bandeiras. na cogestão, mesmo sendo bandeira preta, de risco altíssimo, a localidade pode operar pela regulamentação da cor vermelha, ais flexível.
"Recebemos comunicado na sexta-feira, movimentamos toda a equipe e chegamos no fim da noite de domingo com a informação de teríamos defechar", descreveu Nilo Ortiz, diretor administrativo e financeiro
da Tartaruguinha Verde. "Alguns pais se revoltaram com a escola, pois acham que a culpa é nossa", lamenta o diretor. "Governador, juiza e desembargador têm de se reunir e tomar a decisão", apela Ortiz, devido aos danos para a relação das escolas com as crianças.
"É muita irresponsabilidade o que as autoridades estão fazendo", critica o diretor.
A rede tem seis unidades, uma com Ensino Fundamental. Foram abertas as cinco escolinhas. Mas muitos pais não levaram as crianças. Ortiz diz que teve pais que trabalhavam na Zona Norte e deixaram o filho na Zona Sul, que não teriam como buscar durante a manhã.
"É muito chato mandar crianças de dois anos para casa. Elas estão ansiosas pelo retorno", resume Ortiz.
O Sinepe-RS também emitiu nota comunicando a mudança na
orientação do retorno das aulas presenciais, feita no domingo. Em nota no site da entidade,
após reunião durante a manhã, o sindicato diz que recebeu intimação do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS) sobre a medida e afirmou que as escolas teriam de suspender as atividades. Sobre esta terça-feira (27), o sindicato das escolas de ensino privado diz que aguardará a definição da corte estadual.