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- Publicada em 23 de Abril de 2021 às 22:16

PL que prevê ensino de Libras em escolas públicas ainda está em tramitação

Contato com a língua na educação é importante para a inclusão

Contato com a língua na educação é importante para a inclusão


SILVIO WILLIAMS/ARQUIVO/JC
No Brasil, quase 11 milhões de pessoas têm deficiência auditiva. Os dados são do Instituto Locomotiva, em levantamento realizado no ano de 2019. Segundo a pesquisa, a maior parte desse grupo é composta por surdos oralizados, que utilizam aparelhos auditivos e se comunicam através da leitura labial. Mesmo para eles, a exclusão e a dificuldade de interação são uma realidade. O Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras), celebrado nesta sexta-feira (23), abre caminho para discutir a inclusão social e educacional de surdos no País.
No Brasil, quase 11 milhões de pessoas têm deficiência auditiva. Os dados são do Instituto Locomotiva, em levantamento realizado no ano de 2019. Segundo a pesquisa, a maior parte desse grupo é composta por surdos oralizados, que utilizam aparelhos auditivos e se comunicam através da leitura labial. Mesmo para eles, a exclusão e a dificuldade de interação são uma realidade. O Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras), celebrado nesta sexta-feira (23), abre caminho para discutir a inclusão social e educacional de surdos no País.
A situação é ainda pior para aqueles que são completamente surdos. Nesses casos, a Libras é a única alternativa para se expressarem. As dificuldades de diálogo reduzem a autonomia até mesmo para realizar atividades simples da rotina, como frequentar restaurantes, fazer compras ou pedir informações.
Desde 24 de abril de 2002, a Libras é reconhecida legalmente como segunda língua oficial do Brasil. E embora seja o principal meio de comunicação entre surdos e ouvintes, ainda não alcançou a visibilidade e o reconhecimento necessários para promover uma inclusão real do deficiente auditivo. A evolução, entretanto, parece chegar aos poucos.
Desde julho de 2020, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 3.986/20 que inclui o ensino de Libras como disciplina obrigatória no currículo do Ensino Fundamental. Para a docente da pós-graduação em Educação Especial Inclusiva da Verbo Educacional Mariangela Pozza, essa medida trará importantes benefícios educacionais e profissionais para essa parcela da população. “O projeto vai abrir portas para muitas pessoas que não conseguem se comunicar com clareza. Iniciando o uso da Libras na escola, a inclusão será gradual tanto em termos de aprendizado quanto na posterior inserção do surdo no mercado de trabalho”, explica.
No universo profissional, a Lei Brasileira de Inclusão (LBP) estabelece que as empresas tenham entre 2% e 5% do seu quadro de funcionários composto por pessoas com algum tipo de deficiência. Entretanto, muitas empresas desconhecem as possibilidades de comunicação com os surdos, o que reduz a oferta de vagas e dificulta a busca do deficiente auditivo por emprego. De acordo com a professora da Verbo Educacional, esse cenário intensifica a relevância do profissional fluente em Libras. “O importante é que essa cultura venha desde a escola regular, trazendo condições reais para o estudante surdo se comunicar com fluidez”, completa.
Ainda que o ideal seja estudar Libras desde o ensino fundamental, o contato com a língua em qualquer momento da formação é positivo para sensibilizar sobre a importância da inclusão dos deficientes auditivos. Iniciativas de conscientização, como o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais, em 24 de abril, também contribuem para a visibilidade e debate do tema. “Precisamos de uma mudança cultural. Ações como a LBP e o Projeto de Lei 3986/20 são passos iniciais para que um público que permaneceu desassistido por muito tempo passe a ter chances iguais no mercado e na vida”, conclui Pozza.
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