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Geral

- Publicada em 13 de Abril de 2021 às 11:39

Estudo aponta professores com carga horária menor e sobrecarga de trabalho

Maior parte precisou arcar com todos os custos de equipamentos para realizar aulas on line

Maior parte precisou arcar com todos os custos de equipamentos para realizar aulas on line


IGOR SPEROTTO/DIVULGAÇÃO/JC
Dados preliminares apresentados nesta semana pela pesquisa Realidade Docente 2021, da consultoria FlamingoEDU, revelam que os professores do ensino privado gaúcho tiveram redução da carga horária e acréscimo de trabalho durante a pandemia.
Dados preliminares apresentados nesta semana pela pesquisa Realidade Docente 2021, da consultoria FlamingoEDU, revelam que os professores do ensino privado gaúcho tiveram redução da carga horária e acréscimo de trabalho durante a pandemia.
A sondagem realizada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro/RS), Sinpro Noroeste e Sinpro Caxias mostra que a carga horária encolheu, mas as tarefas e responsabilidades se multiplicaram para a maioria dos docentes na Educação Superior.  O levantamento comparou dados do primeiro e segundo semestres letivos de 2020 e primeiro semestre deste ano.
Os resultados da pesquisa indicam que houve acúmulo crescente de atividades sem a respectiva remuneração, esforço adicional em relação à carga horária em sala de aula, desembolso dos docentes com adequação do espaço físico e aquisição de equipamentos para a continuidade das aulas na modalidade remota devido ao isolamento e piora na condição física e mental dos docentes no atual contexto.
“Quando acabar a pandemia, as atividades remotas devem continuar. Em outros setores, o profissional que foi trabalhar em casa recebeu uma estrutura de trabalho e apoio da empresa. No caso dos professores, isso não ocorreu. Uma ou outra instituição fez algum investimento, mas os desembolsos maiores foram feitos pelos professores”, observa Heitor Strogulski, um dos consultores responsáveis pela pesquisa.
Insegurança e apreensão foram os sentimentos manifestados por 82% dos entrevistados quando perguntados sobre o que esperam de um possível processo de retomada das aulas presenciais. O retorno gera insegurança em 42%, apreensão em 34% e confiança em 18%. Uma parcela de 6% manifestou outros fatores, todos negativos, como medo de não estar capacitado para uma nova realidade que ainda é desconhecida e falta de estrutura nas instituições.
O número de professores com 40 horas semanais também sofreu uma redução significativa, de 464 docentes no primeiro semestre de 2020 para 345 em 2021. Além disso, o levantamento mostrou que aumentaram de cinco para 13 os docentes com carga horária entre zero e 12 horas semanais. De acordo com os pesquisadores, a redução da carga horária evidenciaria uma estratégia das instituições para reduzir os custos dos desligamentos.
"Estão se aproveitando da pandemia para demitir, pois a redução de carga horária reflete nos valores rescisórios”, alerta o consultor Gunther Gehlen.
Apesar do cenário de redução de carga horária apontado pela pesquisa, a maior parcela dos pesquisados manifestou otimismo em relação ao segundo semestre letivo deste ano. Para 59%, a expectativa é manter a atual carga horária, 35% temem uma diminuição e 6% acham que ela pode aumentar.
A pesquisa foi realizada nos dias 2 e 9 de abril por meio de 13 questões respondidas por 1.195 professores da Educação Superior. Os entrevistados são majoritariamente (63%) professores das instituições comunitárias de ensino integrantes do Comung/Sindiman, 23% do Sinepe/RS, e 23% não souberam precisar o segmento ao qual a instituição empregadora pertence
Alguns dados da pesquisa
Carga horária – A maioria dos professores que respondeu à pesquisa (43%) têm vínculo como horista com a sua instituição de ensino, 33% com tempo integral e 24% com turno parcial. Houve uma redução da carga horária no primeiro semestre de 2021 na comparação com o mesmo período de 2020, de 30,09 para 27,81 horas-aula, como reflexo da redução de turmas e alocações de alunos em turmas maiores. O número de professores com 40 horas semanais também sofreu uma redução significativa, de 464 docentes no primeiro semestre de 2020 para 345 em 2021. Os fatores que tiveram impacto na redução da sua carga horária foram redução de turmas, mudanças curriculares e EaD nas disciplinas.
Sobrecarga – Para 57%, a sala de aula foi o principal fator que gerou essa sobrecarga e 30% responderam que não perceberam esse aumento. As aulas demandaram até 50% de esforço adicional para 64% dos entrevistados e 27% responderam que esse esforço foi até o dobro da demanda de tempo.
Home office – Houve necessidade de investimentos pessoais para adequar o espaço de trabalho em casa para as aulas remotas. As instituições de ensino, em geral, se limitaram a oferecer treinamento. Já os professores investiram em planos de dados, computadores, celulares e mobiliário. A quase totalidade dos pesquisados (1.024) respondeu que bancou esses gastos e apenas nove disseram que o investimento veio da instituição. Predominam a aquisição de softwares e assinaturas de conteúdos web (426), compra de equipamentos (876) e de internet e planos de dados (1.045). A aquisição de computadores, smartphones e mobiliário tiveram o maior peso no desembolso dos docentes, em média R$ 3.143,02.
Saúde –Houve um agravamento nas condições de saúde para 77% dos entrevistados, sendo que 55% dos professores disseram que sua condição física e mental “piorou”, 22% acham que “piorou muito”. Para 19% permaneceu igual e melhorou para apenas 4% dos pesquisados. Para os pesquisadores, a o adoecimento se torna mais grave porque nenhuma instituição oferece serviço de apoio psicológico.
Fonte: Sinpro/RS
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