Atualizada às 18h de 01/03/2021
"As crianças vão pagar uma conta que não é delas", reagiu Morgana Luchese Bonatto, diretora da Associação de Escolas de Educação Infantil do RS (AEPEIRS), diante da decisão da Justiça de suspender as atividades e aulas presenciais nas escolas infantis e nos primeiros anos do Ensino Fundamental. O setor estava funcionando, mesmo com
todo o Rio Grande do Sul em bandeira preta.
Morgana diz que a decisão surpreendeu o setor, que vinha funcionando há 120 dias e argumenta que mostrou que poderia retornar e com benefícios às crianças. "Foi uma ação movida sem base científica nenhuma", critica ainda a diretora.
O Sindicato do Ensino Privado do RS (Sinepe-RS) também
emitiu nota contra a liminar. Muitas instituições com turmas desde a Educação Infantil ao Fundamental abriram para receber pais e alunos e explicar a mudança, agora sem liberação das atividades.
Medida afeta desde as pequenas escolinhas até as grandes instituições, como o Colégio Rosário. Foto: Luiza Prado/JC
O Sindicreches-RS chegou a postar, em seu perfil no Facebook, na manhã desta segunda-feira (1º), a informação sobre a decisão da Justiça, mas salientou que não havia sido notificado. No começo da tarde, o sindicato das escolinhas informou que a entidade vai solicitar ingresso na ação em andamento para manifestar posição contrária ao fechamento.
"Abram suas escolas para orientação das suas famílias e profissionais que trabalham nas escolas", orienta a postagem. Como a medida foi tomada nesse domingo, pais foram flagrados levando seus filhos aos estabelecimentos no começo da manhã.
Em nota, a associação das escolas alega que os quatro meses de atuação são "um case de sucesso no cenário pontual da pandemia".
"Nossas escolas são pontos de controle fundamentais de saúde pública. Identificam rapidamente casos suspeitos, encaminham para testagens e colaboram com o devido isolamento da família", destacou a AEPEI-RS, apontando dados atribuídos à prefeitura de Porto Alegre de que teriam sido registrados casos de Covid-19 em 0,02% de crianças e 0,07% entre professores e que as notificações seriam ligadas a contatos domiciliares.
A entidade cita os impactos do isolamento da pandemia na infância, como danos psicológicos, atrasos dos marcos do desenvolvimento e laços afetivos abruptamente interrompidos, lista a direção da associação.