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- Publicada em 10 de Fevereiro de 2021 às 20:25

Vacinas ainda não estão aptas para serem administradas a crianças

População pediátrica tem peculiaridades que ainda demandam estudos

População pediátrica tem peculiaridades que ainda demandam estudos


/INTI OCON/AFP/JC
Enquanto a fila para receber a vacina contra Covid-19 no Brasil só aumenta, a falta de estudos finalizados distancia ainda mais crianças e adolescentes do imunizante. As vacinas CoronaVac e Oxford/AztraZeneca, que tiveram uso emergencial aprovado, são destinadas a pessoas a partir de 18 anos. Para que a vacina possa ser aplicada em menores de 18 anos, são necessários uma série de testes que medem a dosagem segura para essa faixa etária.
Enquanto a fila para receber a vacina contra Covid-19 no Brasil só aumenta, a falta de estudos finalizados distancia ainda mais crianças e adolescentes do imunizante. As vacinas CoronaVac e Oxford/AztraZeneca, que tiveram uso emergencial aprovado, são destinadas a pessoas a partir de 18 anos. Para que a vacina possa ser aplicada em menores de 18 anos, são necessários uma série de testes que medem a dosagem segura para essa faixa etária.
"Os principais objetivos desses estudos são saber se a vacina é segura para crianças, saber a dose correta para a faixa etária e avaliar a produção de anticorpos", explica o infectologista pediátrico do Hospital Moinhos de Vento, Marcelo Scotta. Ele afirma que, por esses estudos já terem sido feitos com adultos, existe uma segurança maior para a população pediátrica fazê-los com crianças.
Segundo o membro do Comitê de Infectologia da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) Juarez Cunha, os estudos iniciais da vacina não incluíram crianças e adolescentes, por isso esses dados ainda não são conhecidos. "As crianças não foram um grupo prioritário para entrar nas pesquisas clínicas porque dentro de todas as pessoas que adoecem e têm a doença de forma grave, isso raramente acontece com crianças e adolescentes."
Em algumas vacinas, a dose para crianças e adultos pode ser exatamente igual, mas em outras, como, por exemplo, a da gripe, a dosagem muda. "Crianças menores de três anos tomam apenas metade da dose de adulto", argumenta Cunha.
Já Scotta esclarece que, em alguns casos, pode mudar até a composição do imunizante. É o caso da vacina da coqueluche. "Algumas composições não podem ser feitas em adultos. Normalmente, só é necessário adequar a dose", complementa.
De acordo com Cunha, a dosagem muda conforme a idade por vários motivos. "Pode ser porque o sistema imune da criança pequena ainda não está totalmente desenvolvido. Ou porque é comum que crianças, principalmente menores de um ano, tenham interferência dos anticorpos da mãe, o que pode prejudicar a resposta da vacina", explica.
Isso faz com que algumas vacinas aplicadas nessa faixa-etária precisem de mais doses para surtirem efeito. "A vacina que protege contra o meningococo precisa de duas doses e um reforço depois de um ano. Quando aplicamos em crianças a partir de um ano de idade, ela passa a ser uma dose só. A resposta fica melhor porque o sistema imune foi evoluindo e por que a partir daí já não tem interferência de anticorpos maternos."
Scotta enfatiza que a população pediátrica tem algumas peculiaridades que demandam um estudo mais específico. "Como todos os estudos de Covid-19, a tendência é que seja rápido. Mais rápido do que em estudos de vacinas feitos anteriormente, justamente pelo nível de urgência e de investimento. Já existem estudos em vista, mas ainda em uma fase muito inicial", pontua.
Segundo nota publicada recentemente pela CNBC, a farmacêutica Pfizer já deu início aos cadastros e inscrições para iniciar os testes da vacina contra Covid-19 em crianças de 12 a 15 anos. "As crianças vão acabar podendo ser vacinadas depois de um resultado no mínimo preliminar desses estudos", explica Scotta.
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