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Geral

- Publicada em 27 de Janeiro de 2021 às 20:43

Coinfecção por duas linhagens diferentes do vírus causador da Covid-19 pode ser alerta

Laboratório de Microbiologia Molecular da Feevale recolheu espécimes em 40 municípios gaúchos para a pesquisa

Laboratório de Microbiologia Molecular da Feevale recolheu espécimes em 40 municípios gaúchos para a pesquisa


Eduardo Bettio/Universidade Feevale/Reprodução/JC
Dois casos de coinfecção por duas linhagens diferentes do vírus causador da Covid-19 foram registrados recentemente por pesquisadores da Universidade Feevale. O estudo estima que cinco linhagens do coronavírus circulam atualmente no Rio Grande do Sul. Isso pode significar maior número de reinfecções e, ainda, possíveis problemas na eficácia da vacina, tendo em vista que, através das coinfecções, o vírus pode criar novas linhagens, evoluir e escapar dos anticorpos.
Dois casos de coinfecção por duas linhagens diferentes do vírus causador da Covid-19 foram registrados recentemente por pesquisadores da Universidade Feevale. O estudo estima que cinco linhagens do coronavírus circulam atualmente no Rio Grande do Sul. Isso pode significar maior número de reinfecções e, ainda, possíveis problemas na eficácia da vacina, tendo em vista que, através das coinfecções, o vírus pode criar novas linhagens, evoluir e escapar dos anticorpos.
O trabalho foi realizado pelo Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale (Novo Hamburgo-RS) e pelo Laboratório de Bioinformática (Labinfo) do Laboratório Nacional de Computação Científica (Petrópolis-RJ), com o intuito de saber se uma variante do vírus que surgiu no Rio de Janeiro em outubro já tinha chegado ao território gaúcho. "Coletamos as amostras no final de novembro e determinamos que a variante carioca já chegou ao Rio Grande do Sul e é determinante no estudo", acrescenta o professor da Feevale e coordenador do estudo, Fernando Spilki.
O estudo recebeu espécimes de pacientes de 40 municípios gaúchos. "Encontramos duas amostras clínicas que, além das linhagens mais tradicionais que já circulavam por aqui durante o ano, também tinham essa linhagem do Rio de Janeiro, com mutações na proteína Spike, infectando essas duas pessoas ao mesmo tempo", acrescenta Spilki. Segundo ele, a coinfecção não agravou o caso de nenhum dos pacientes. "Mas é um alerta em relação ao vírus", enfatiza.
O coordenador explica que uma coinfecção pode possibilitar ao vírus recombinar seu genoma. "Ao recombinar, ele pode montar um novo genoma com característica dessas duas linhagens e, então, teremos uma aceleração e uma evolução. Uma nova linhagem pode sair desse processo de maneira mais rápida do que quando acontece a mutação e seleção que já acompanhamos", complementa.
Spilki estima que cinco linhagens diferentes do vírus causador da Covid-19 estejam circulando atualmente no Rio Grande do Sul. Três que já eram conhecidas e já circulavam, uma do Rio de Janeiro e uma da região de Taquara, também encontrada no estudo. Ele atenta que os casos de reinfecção vão se tornar cada vez mais comuns. "O normal é que a reinfecção aconteça com uma linhagem diferente do que aquela que infectou o indivíduo da primeira vez. Por isso ainda temos a necessidade de medidas de segurança, para evitar a formação e a circulação dessas variáveis."
Ainda, se essas coinfecções criam uma nova linhagem, isso pode ser perigoso para a eficácia da vacina. "Teremos que investigar as novas linhagens igual investigamos as outras. Isso pode ser um problema ao longo do tempo, porque é mais um mecanismo que o vírus pode utilizar para evoluir e escapar de anticorpos."
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