O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que o Ministério da Saúde suspendeu a compra de seringas "até que os preços voltem à normalidade". Segundo ele, os estados e municípios têm estoques do material para o início da vacinação contra a Covid-19.
Na semana passada, o ministério fracassou na primeira tentativa de comprar seringas e agulhas. Das 331 milhões de unidades que a pasta tem a intenção de comprar, só conseguiu oferta para adquirir 7,9 milhões no pregão eletrônico.
"Como houve interesse do Ministério da Saúde em adquirir seringas para seu estoque regulador, os preços dispararam e o ministério suspendeu a compra até que os preços voltem à normalidade", escreveu o presidente em uma rede social. "Estados e municípios têm estoques de seringas para o início das vacinações, já que a quantidade de vacinas num primeiro momento não é grande", acrescentou.
A compra de seringas e agulhas costuma ser feita por estados e municípios. Durante a pandemia, porém, o ministério decidiu centralizar estes insumos. Após o fracasso na primeira tentativa de compra, o governo federal restringiu a exportação de seringas e agulhas.
Após a tentativa frustrada de adquirir os itens, a pasta iniciou na terça-feira as negociações de uma nova requisição de estoques excedentes dos produtos na indústria nacional. A expectativa é garantir a entrega de 30 milhões de unidades em janeiro. Além dessa requisição, o governo federal também restringiu a exportação dos produtos.
Nesta quarta-feira, o Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu zerar o imposto de importação de seringas e agulhas hospitalares. Até agora, a importação desses produtos pagava alíquota de 16%.
Em reunião extraordinária, o comitê suspendeu também a aplicação de uma sobretaxa que vinha sendo cobrada sobre a compra de seringas descartáveis originárias da China a título de direito antidumping, que ocorre quando há suspeita de concorrência desleal. Nos dois casos, as reduções valem até 30 de junho de 2021.