Trabalhadores do setor de eventos no Rio Grande do Sul se reuniram em frente ao Palácio Piratini na manhã desta sexta-feira (4), em protesto
contra as novas restrições impostas pelo governador Eduardo Leite. O
decreto estadual, publicado na segunda-feira (30), estabelece que estão suspensas festas e eventos de fim de ano, de prefeituras ou de estabelecimentos privados, inclusive condomínios.
De acordo com a presidente da Associação Gaúcha de Empresas e Profissionais de Eventos (Agepes), Cláudia Fattore, a categoria esteve em diálogo com os governos estadual e municipal desde o início da pandemia, trabalhando em conjunto na elaboração de decretos e protocolos de segurança para a realização de eventos. “Algumas pessoas queriam fazer passeata, mas dizíamos para não fazer, já que estávamos conversando e negociando com o governo. Então, na última semana, vedaram praticamente todos os eventos, arbitrariamente, e precisamos mudar de estratégia”, explica Cláudia.
A manifestação desta sexta começou em torno das 11h, mas tomou força a partir das 14h30min. Segundo Cláudia, em torno de 1,5 mil pessoas se concentram no Piratini. e mais manifestantes eram aguardados no local, ao longo do dia.
Segundo a representante do setor, três pessoas foram chamadas por Leite para dialogar, mas ainda não havia informações sobre o desfecho do encontro. A realização de um novo protesto, nesta segunda-feira (7), dependia dos desdobramentos das negociações.
A categoria de eventos, sente-se prejudicada “arbitrariamente”, de acordo com Cláudia, já que outros setores seguem operando, com restrições. “Não é lockdown. Tem avião voando com capacidade máxima, restaurantes e shoppings abertos, indústria e comércio funcionando”, afirma a presidente da Agepes.
“Muitos profissionais entram em depressão profunda, porque dependem de um cachê de noite para viverem de dia. As pessoas que trabalham com a montagem de som, limpeza e motoristas são as mais prejudicadas”, relata Cláudia. “Nosso trabalho envolve a realização de protocolos e checklists. Fazemos aferição de temperatura, higiene constante, uso obrigatório de máscaras e outras medidas. Deixem que, pelo menos, façamos aqueles eventos que vínhamos realizando nos últimos momentos”, desabafa.
A manifestação ocorre um dia após protesto realizado em
Novo Hamburgo, em frente ao Centro de Eventos da Fenac, no qual os profissionais de eventos criticaram a rigidez das novas regras e cobraram igualdade de condições de trabalho entre todos os setores econômicos.