Esta é a principal obra do novo Sistema de Abastecimento de Água (SAA), responsável por beneficiar 250 mil pessoas do Extremo Sul e Lomba do Pinheiro. Outras seis obras menores estão previstas para concluir o sistema. "É uma necessidade grande da cidade, que vai garantir 20 anos de abastecimento, e possibilitar a expansão da construção civil na zona Sul, que atualmente conta com 60 mil pedidos projetos de novas unidades impossibilitados de aprovação", destaca o diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Darcy Nunes dos Santos.
O novo SAA Ponta do Arado também vai ampliar a capacidade de produção e distribuição de água potável da zona Leste da Capital. O valor estimado para execução é de cerca de R$ 107 milhões, com recursos próprios e de financiamento com a Caixa Econômica Federal.
De acordo com Santos, o atual sistema Belém Novo, que abastece a região contornada pelos bairros Hípica e Aberta Morros até a Restinga, Lami, São Caetano, e Lomba do Pinheiro tem 30 anos está no limite de sua capacidade, e não tem dado conta do abastecimento no verão. "A distribuição fica muito intermitente", ressalta. Ele explica que um dos motivos da insuficiência foi o fechamento da ETA Lomba do Sabão, em Viamão, há sete anos. "O manancial que abastecia estava com qualidade de água muito ruim", explica.
Um ano antes o Dmae já havia constatado que a demanda cresceria mais que a oferta por conta dos empreendimentos imobiliários que buscam terrenos disponíveis na zona Sul, recorda o diretor-geral. "Somados os dois problemas, fizemos um projeto que integra um conjunto de sete obras, mas que exige um sistema de complexidade, o que levou a gestão anterior decidir não tocar para a frente." Ele afirma que foi só em 2019 que a Prefeitura contratou o financiamento no valor total de R$ 220,7 milhões. "O restante da obra, orçada em R$ 280 milhões, será custeado com recursos do Dmae."
Segundo Santos, a nova ETA terá capacidade para produção de 2 mil litros por segundo com as técnicas mais modernas para uma estação de tratamento do tipo convencional. Também contará com um reservatório com duas câmaras de 5 mil metros cúbicos para o armazenamento e uma Estação de Bombeamento de Água Tratada (EBAT) para distribuição. Ainda está prevista uma subestação de energia elétrica para atender as demandas e unidades operacionais e administrativas para apoio na operação. "Enquanto a obra não fica pronta, o Dmae contratou uma tecnologia holandesa e americana, que irá suprir a necessidade de abastecimento da região nos próximos quatro anos", finaliza Santos.