O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), pronunciou-se nesta quarta-feira (21) a respeito da compra da vacina contra a Covid-19. Em live realizada por meio de sua página no Facebook, e ao lado do secretário da Saúde, Pablo Stürmer, Marchezan disse que, caso não haja uma campanha nacional de vacinação "por questões ideológicas, partidárias, burocráticas ou financeiras", a prefeitura irá comprar a primeira vacina com eficácia comprovada contra a Covid-19 e imunizar toda a população.
Em nota, a prefeitura informou que "a expectativa do Município é que o governo federal adquira e distribua as doses por meio do Programa Nacional de Imunizações, de acordo com critérios técnicos".
"As decisões da prefeitura vão continuar a ser tomadas com evidências científicas', disse Marchezan durante a transmissão. A verba para compra das doses, segundo o prefeito, está garantida no Fundo Municipal de Combate ao Coronavírus (Funcovid-19), que conta com R$ 150 milhões. A lei complementar 887, que criou o fundo, foi sancionada em agosto pelo Executivo.
O pronunciamento do prefeito foi feito após manifestação do presidente Jair Bolsonaro, que afirmou nesta manhã
que não irá comprar doses da vacina Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. A decisão repercutiu entre governadores, uma vez que, no dia anterior, em reunião com os estados, o ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo,
havia garantido a compra de 46 milhões de doses, com início da vacinação já em janeiro.
Ao se pronunciar sobre o assunto, o
governador Eduardo Leite afirmou que "a decisão sobre a inclusão de uma vacina no Programa Nacional de Imunizações deve ser eminentemente técnica, e não política".
Na mesma live do prefeito nesta tarde, o secretário municipal Pablo Stürmer salientou que esteve esta semana na sede do Instituto Butantan, em São Paulo, onde foi recebido por diretores da organização. Segundo Stürmer, as pesquisas da Coronavac estão avançadas.