O glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível no mundo, causada, principalmente, pela elevação da pressão intraocular, que provoca lesões no nervo ótico. A Sociedade Brasileira de Glaucoma estima que cerca de um milhão de pessoas tenham a doença – que pode acometer tanto crianças e jovens, como adultos maiores de 40 anos e idosos.
Existem diversos tipos de glaucomas, como o crônico simples ou ângulo aberto, que representa cerca de 80% dos casos e é causado por uma alteração anatômica na região do ângulo da câmara anterior, a qual impede a saída do humor aquoso e aumenta a pressão ocular. A diferença deste para o glaucoma de ângulo fechado é o aumento súbito da pressão intraocular. Já o glaucoma congênito é uma forma mais rara, que acomete principalmente os recém-nascidos, enquanto o glaucoma secundário é decorrente de outras enfermidades.
De acordo com a médica e diretora de defesa de classe da Sociedade de Oftalmologia do Rio Grande do Sul (Sorigs), Letícia Pletsch, o glaucoma é uma doença que, inicialmente, não possui qualquer sintoma. “Na maioria dos casos, o glaucoma só fica sintomático quando já está em um estágio avançado e a pessoa percebe que o campo visual está estreitando. Antes disso, ele é assintomático”.
Durante a pandemia da Covid-19, parte da população deixou de fazer seus exames periódicos, situação que preocupa a oftalmologista. “O glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível no mundo. A perda não tem como recuperar, mas pode ser controlada com o acompanhamento adequado”, alertou. Conforme a especialista, é fundamental que os pacientes, principalmente acima de 40 anos, mantenham os exames de rotina em dia, a fim de fazer o diagnóstico precoce da doença. “Nos casos de pessoas com o diagnóstico de glaucoma, o ideal é que se faça a revisão em um período menor que o anual. Em alguns casos, há a necessidade de acompanhamentos, inclusive, quinzenais”.