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Geral

- Publicada em 13 de Setembro de 2020 às 21:17

Contratação de enfermeiros sobe 123% no RS desde o início da pandemia de coronavírus

Santa Casa de Porto Alegre foi o hospital que mais contratou profissionais

Santa Casa de Porto Alegre foi o hospital que mais contratou profissionais


SILVIO AVILA/AFP/JC
Por conta da pandemia do novo coronavírus, o número de contratações de enfermeiros no Rio Grande do Sul nos primeiros seis meses de 2020 foi 123,2% maior do que o mesmo período do ano passado. Segundo levantamento realizado pelo Quero Bolsa, utilizando dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o saldo entre admissões e demissões foi 750% maior em comparação aos primeiros seis meses de 2019. O aumento na demanda dos serviços de saúde é apontado como principal motivo.
Por conta da pandemia do novo coronavírus, o número de contratações de enfermeiros no Rio Grande do Sul nos primeiros seis meses de 2020 foi 123,2% maior do que o mesmo período do ano passado. Segundo levantamento realizado pelo Quero Bolsa, utilizando dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o saldo entre admissões e demissões foi 750% maior em comparação aos primeiros seis meses de 2019. O aumento na demanda dos serviços de saúde é apontado como principal motivo.
Ao total, 3.078 profissionais de enfermagem (enfermeiros e técnicos) foram contratados entre janeiro e junho de 2020. De forma simultânea, ocorreram 1.803 demissões, deixando o saldo de 1.169 postos de trabalho criados no Estado.
No mesmo período do ano passado, 1.379 enfermeiros foram contratados e outros 1.229 demitidos, com um saldo de 150. "Esse aumento significativo ocorre pela necessidade de qualificar o atendimento à população e de atender à demanda gerada pela pandemia", explica o enfermeiro e presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS), Daniel Menezes de Souza.
Além disso, Souza lembra que houve um número grande de afastamento de profissionais por estarem com suspeita da doença ou serem parte do grupo de risco para a Covid-19. "Também é bastante grande o número de funcionários acometidos pela doença, muitos que, inclusive, morreram", atenta.
Em junho, levantamento do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e do Conselho Internacional de Enfermeiros (ICN) mostrava que o Brasil era o país com mais mortes de enfermeiros e profissionais da saúde por conta da Covid-19. Até aquele mês, o Brasil registrava 196 mortes de enfermeiros.
Instituições 100% públicas da Capital, como o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e o Hospital Conceição, aumentaram consideravelmente o número de contratações. Só neste ano, esses hospitais contrataram, respectivamente, 133 e 85 enfermeiros. O Conceição também contratou mais de 390 técnicos de enfermagem desde março, quando a Organização Mundial da Saúde decretou a pandemia.
O Hospital Divina Providência, privado, e o Independência, administrado pelo Divina, mas 100% SUS, adicionaram, juntos, 34 enfermeiros e 165 técnicos de enfermagem às equipes. O Grupo Hospitalar Santa Casa contratou 103 enfermeiros e 500 técnicos de enfermagem desde o início da pandemia.
Entre médicos, técnicos de enfermagem e enfermeiros, o Hospital Moinhos de Vento já totaliza 208 novas contratações. O Hospital São Lucas afirma que não houve muitas alterações no quadro de funcionários e o Hospital Mãe de Deus não respondeu à solicitação.
Segundo a normativa do Cofen, é necessário um enfermeiro para cada cinco pacientes com Covid-19 internados na UTI e, pelo menos, um técnico de enfermagem exclusivo para cada um. Em situações normais, o recomendado é um enfermeiro a cada 10 pacientes.
Souza teme que os novos postos de trabalhos criados sejam extinguidos após o fim da pandemia. "O HCPA e o Conceição são hospitais públicos, então se não tiver aporte financeiro suficiente, essas vagas podem ser retiradas. É preciso qualificar ainda mais o investimento para que não volte ao estado anterior da pandemia, quando as coisas estavam bem difíceis."
Mesmo com o aumento da demanda, ainda há dificuldade de preencher algumas vagas. Para o presidente do Coren-RS, isso ocorre porque os contratos temporários e os requisitos das vagas não são atrativos. O enfermeiro recém formado Felipe Adonai começou a trabalhar no Hospital Dom João Becker, em Gravataí, no mês de agosto com um contrato de três meses. "Achei que seria bem fácil de conseguir encontrar emprego. Mandei currículo para vários lugares e demorou muito até eu ser chamado", conta.
Além do aumento da contratação de enfermeiros, o levantamento da Quero Bolsa também indicou aumento na contratação de médicos no Estado. Nos primeiros seis meses de 2020, 355 médicos foram contratados e o saldo de postos de trabalho é de 48. Em 2019, foram 281 contratações, com saldo negativo de 89. Da lista acima, o hospital com maior número de contratações de médicos é o HCPA, com 48 admissões de contrato temporário de até dois anos.
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